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Biden pede "diálogo nacional" durante conversa com primeiro-ministro iraquiano

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O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, exortou hoje todos os atores políticos no Iraque a comprometerem-se com um "diálogo nacional" para resolver a atual crise, durante uma conversa telefónica com o primeiro-ministro iraquiano, Mostafá al-Kazemi.

Joe Biden elogiou o papel de Mostafá al-Kazemi durante os protestos que ocorreram na segunda e terça-feira em Bagdade, protagonizados por apoiantes de Moqtada al-Sadr, depois de o clérigo populista ter anunciado a sua "retirada definitiva" da política.

O chefe de Estado norte-americano também aplaudiu o trabalho das forças de segurança durante os protestos, que resultaram em mais de 30 mortos, segundo um comunicado divulgado hoje pela Casa Branca, citado pela agência Europa Press.

Os dois governantes "congratularam-se com o regresso da segurança às ruas" iraquianas.

Durante o telefonema com o primeiro-ministro iraquiano, Joe Biden reforçou ainda o apelo para que todas as partes trabalhem para encontrar uma solução "comum" que respeite a lei iraquiana.

Biden insistiu também que os Estados Unidos apoiam um Iraque "soberano e independente" e que está disposto a continuar a conversar com Al-Kazemi "nas próximas semanas".

Desde a semana passada que a pressão dos sadristas tem aumentado para a convocação de eleições antecipadas, o que resultou em confrontos na Zona Verde de Bagdade entre segunda e terça-feira, que resultaram em 35 mortos após a tomada do palácio presidencial e do governo pelos seguidores do Al-Sadr, noticiou a agência Efe.

O Parlamento iraquiano decretou três dias de luto como um gesto de homenagem aos mortos durante os últimos protestos, foi hoje divulgado.

Al-Sadr, que defende a realização de eleições antecipadas, apelou ao fim dos confrontos, o que levou ao acalmar da situação no país.

O Presidente do Iraque, Barham Salí, também propôs na terça-feira a realização de eleições parlamentares antecipadas para superar a atual crise política, marcada pela incapacidade dos diferentes atores políticos de formar um governo dez meses após as últimas eleições.

O Iraque vive uma crise política desde que as eleições legislativas de outubro de 2021 deram a vitória ao partido sadrista, mas com apenas 73 lugares nos 329 do Parlamento.

O partido de al-Sadr tentou uma aliança com outras forças parlamentares para eleger o Presidente e o primeiro-ministro, que ficariam encarregados de formar um Governo, o que acabou por não ser possível, devido ao bloqueio dos opositores xiitas, do Quadro de Coordenação, próximos do regime iraniano.

Os deputados sadristas demitiram-se em bloco, em junho, mas, perante a eleição de um Presidente e de um primeiro-ministro propostos pelos opositores, os seguidores de Al-Sadr ocuparam o Parlamento, em 30 de julho.

A ocupação durou uma semana e, após um apelo do clérigo, os sadristas retiraram-se do Parlamento e estiveram acampados em frente ao edifício, para exigir a dissolução da Câmara e novas eleições.