Estados Unidos criticam Putin por cortar novamente gás para a Europa
Os Estados Unidos criticaram hoje o Presidente russo, Vladimir Putin, por "usar a energia como arma" ao suspender o fornecimento de gás para a Europa através do gasoduto Nord Stream 1.
"O Presidente Putin está mais uma vez a usar a energia como arma", disse um dos porta-vozes da Casa Branca John Kirby à imprensa.
O consórcio estatal russo Gazprom suspendeu, a partir de hoje até ao próximo sábado, o fornecimento de gás à Europa através do gasoduto Nord Stream para "trabalhos de manutenção de rotina", justamente quando os países aceleram o enchimento das suas reservas para o inverno e implementam planos de poupança de energia.
A União Europeia (UE) garante que está agora mais bem preparada do que há alguns meses, quando teve de enfrentar os cortes da Gazprom em várias frentes, não apenas através do gasoduto Nord Stream.
Os stocks de gás da UE estão agora acima de 80% da capacidade, o limite de referência que o bloco havia estabelecido para garantir um certo nível de abastecimento no outono e inverno.
Kirby atribuiu parte da melhoria na preparação da Europa ao grupo de trabalho que o Presidente norte-americano, Joe Biden, criou em março com a UE, visando procurar formas alternativas de levar gás ao velho continente, incluindo exportações desde os Estados Unidos de gás natural liquefeito (GNL).
Desde março, as exportações de GNL para a Europa aumentaram mais de 60% em relação ao mesmo período do ano passado, com os EUA a responder por dois terços desse aumento, observou Kirby.
Até ao momento, Moscovo fechou total ou parcialmente os fluxos de gás para 12 países membros da UE e a Alemanha teme que corte definitivamente a torneira Nord Stream 1.
Essa tubulação já estava a bombear com uma capacidade muito menor do que aquela que efetivamente tem, com cerca de 230 milhões de metros cúbicos por semana em comparação com os 1,2 mil milhões que costumava transportar, de acordo com o centro de estudos Bruegel.
Desde o início da invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro, que Moscovo tem reduzido o fluxo de gás para países europeus que têm demonstrado apoio a Kiev.