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João Gomes Cravinho admite ter "muita pena" e elogia ministra

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O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, admitiu hoje ter "muita pena" de perder Marta Temido como sua colega no Governo, lembrando a "enorme coragem e lucidez" demonstrada pela ministra da Saúde durante a pandemia da covid-19.

À chegada a uma reunião informal de chefes de diplomacia da União Europeia, em Praga, João Gomes Cravinho, questionado sobre a demissão de Marta Temido, anunciada na última madrugada, começou por assumir que "sim, foi uma surpresa", e lamentar.

"Lamento muito. Tem sido uma colega com quem trabalhei de perto -- aliás, todos nós, no Governo, durante este período extremamente intenso que foi a pandemia. No meu caso, enquanto ministro da Defesa, trabalhei de forma muito próxima com ela. É uma pessoa que me deixou uma impressão de enorme seriedade, de enorme empenho, enorme coragem e lucidez num momento muito difícil", apontou.

"Tenho muita pena de a perder como colega", assumiu.

Questionado sobre se o primeiro-ministro, António Costa, poderá aproveitar esta demissão para proceder a uma remodelação do Governo, o ministro dos Negócios Estrangeiros disse não ter conversado hoje com o chefe de Governo e, portanto, desconhecer "qual a ideia que poderá ter", mas sublinhou que, "naturalmente, é apenas a ele que compete tomar esse tipo de decisão".

A demissão da ministra da Saúde Marta Temido, anunciada hoje de madrugada, constitui a primeira baixa de 'peso' no XXIII Governo Constitucional, que tomou posse há exatamente cinco meses, em 30 de março.

Marta Temido apresentou a demissão por entender que "deixou de ter condições" para exercer o cargo.

A demissão, já aceite pelo primeiro-ministro, foi noticiada de madrugada, mas hoje de manhã fonte oficial do gabinete de António Costa disse à Lusa que a substituição da ministra da Saúde "não será rápida", adiantando que o chefe do Governo gostaria que fosse esta governante a concluir o processo de definição da nova direção executiva do SNS.

Marta Temido iniciou funções como ministra da Saúde em outubro de 2018, sucedendo a Adalberto Campos Fernandes, e foi ministra durante os três últimos três executivos, liderados pelo socialista António Costa.

Numa nota divulgada hoje, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, assumiu que aguarda o pedido de exoneração da ministra da Saúde e a proposta de nomeação do seu substituto.