Livre classifica demissão de Temido como "desistência" do Governo de resolver problemas na saúde
O Livre considerou hoje que a demissão da ministra da Saúde, Marta Temido, pode ser interpretada como "uma desistência" do Governo de resolver os problemas na setor e exigiu "sinais claros" do primeiro-ministro.
Em comunicado, o partido representado no parlamento por Rui Tavares defende que a demissão de Marta Temido, anunciada na madrugada de hoje, "manifesta a incapacidade de fazer face aos muitos sinais de disfuncionamento e degradação" do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
"Pode ser entendida [a demissão] como uma desistência [do Governo] quando aquilo de que precisamos é de ação", sustentou o Livre.
O partido recordou que esta demissão "surge na mesma noite em que foi divulgado mais um caso que gera preocupação em todos, com o falecimento de uma mulher grávida, em Lisboa", enquanto estava a ser transferida para outro hospital por falta de vaga naquela em que se encontrava.
"Sem uma ação decisiva na defesa do SNS e sem um governo com a coragem de tomar medidas que invertam a situação crónica de suborçamentação de que padece, quem quer que venha a suceder a Marta Temido poderá não vir a ser senão um gestor do declínio do SNS", advogou o partido da papoila.
"Perante um cenário tão grave", prosseguiu o Livre, "exige-se do primeiro-ministro sinais claros de apoio político a medidas estruturais de defesa" do Serviço Nacional de Saúde.
Marta Temido demitiu-se na madrugada de hoje por entender que "deixou de ter condições" para exercer o cargo.
Fonte próxima do primeiro-ministro revelou à Lusa que a substituição "não será rápida" e que António Costa gostaria que a ministra demissionária concluísse o processo de definição da nova direção executiva do SNS.