Moscovo está a recrutar voluntários "velhos, em má forma e mal treinados"
O Exército russo está a sentir dificuldades para recrutar soldados para o conflito na Ucrânia, recorrendo até a prisões e voluntários "velhos, em má forma e mal treinados", referiu esta segunda-feira fonte do Departamento de Defesa dos EUA.
O Presidente russo, Vladimir Putin, determinou na semana passada um aumento das Forças Armadas russas em 10%, ou cerca de 137.000 militares, até janeiro de 2023.
Para a Defesa norte-americana (Pentágono), "é improvável que esse esforço seja bem-sucedido".
Um funcionário do Pentágono, que pediu anonimato, sublinhou aos jornalistas que os militares russos têm lutado historicamente para cumprir as suas metas de recrutamento.
Os Estados Unidos estimam que a força do Exército russo era 150.000 a menos do que o objetivo declarado de um milhão de homens em fevereiro de 2022, antes da invasão da Ucrânia.
Desde então, a Rússia tentou enviar soldados profissionais para a frente de combate, em vez de recrutas, mas o conflito é dispendioso em termos de recursos humanos e materiais.
"A Rússia já começou a recrutar mais para formar pelo menos um batalhão de voluntários por distrito e formar um Terceiro Corpo de Exército. Fizeram isso removendo o limite de idade para novos recrutas e também recrutando prisioneiros", frisou a mesma fonte.
"Podemos observar que muitos desses novos recrutas eram velhos, em má forma e mal treinados. Tudo isso sugere que os novos recrutas que a Rússia pode atrair até ao final do ano não reforçarão o poder de combate do país", acrescentou.
Depois de não terem conquistado Kiev no início do conflito, as forças russas concentraram-se nos últimos meses a leste e sul da Ucrânia, onde as frentes de combate se movimentaram pouco nas últimas semanas.
Até agora, o Kremlin absteve-se de avançar para uma mobilização geral, medida temida por muitos russos.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e quase sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções em todos os setores, da banca à energia e ao desporto.