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Irão refere que "a bola está do lado dos Estados Unidos"

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O principal negociador nuclear iraniano, Ali Bagheri, indicou hoje antes da sua partida para Viena, onde vão ser retomadas as negociações indiretas com Washington para relançar o acordo nuclear de 2015, que "a bola está do lado dos Estados Unidos".

Em mensagem publicada na sua conta Twitter, Ali Bagheri referiu que se desloca a Viena "para avançar nas negociações" mas acrescenta que "a responsabilidade recai naqueles que não cumpriram o acordo e não conseguiram distanciar-se do funesto legado do passado".

"Os Estados Unidos deveriam aproveitar a oportunidade fornecida com generosidade pelos membros do JCPOA; a bola está do seu lado", acrescentou Ali Bagheri, pedindo a Washington que "mostre maturidade e atue de modo responsável".

O responsável iraniano fazia referência Plano de Ação Global Conjunto (JCPOA), o acordo assinado em 2015 entre o Irão e cinco potências, e atualmente moribundo.

A partir de sexta-feira são reiniciadas as conversações, quando Teerão está envolvido há mais de um ano em negociações diretas com a Alemanha, França, Reino Unido, Rússia e China, e com os Estados Unidos indiretamente, para relançar o acordo designado Plano de Ação Global Conjunto (JCPOA).

As negociações de Viena destinam-se a fazer regressar os Estados Unidos a este acordo -- do qual se retiraram unilateralmente em 2018 -- em particular através do levantamento das sanções contra o Irão e garantias do pleno respeito de Teerão pelos seus compromissos.

O acordo de 2015 concedeu uma suavização das sanções ao Irão em troca de restrições ao seu programa nuclear, para garantir que Teerão nunca poderia desenvolver uma arma nuclear, o que sempre negou pretender.

No entanto, após a retirada unilateral dos Estados Unidos sob a administração do ex-presidente Donald Trump, e a reimposição de severas sanções económicas, o Irão também começou a não respeitar os seus compromissos e iniciou uma aceleração gradual do seu enriquecimento de urânio.

A última medida do Irão ocorreu na segunda-feira passada, quando começou a injetar gás a 500 centrifugadoras avançadas, em reação às recentes sanções dos Estados Unidos contra seis companhias asiáticas por terem facilitado exportações de petróleo iraniano.

O atual Presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou pretender um regresso ao acordo, mas as conversações estão num impasse desde março, quando as partes envolvidas pareciam estar perto de um compromisso.