Crónicas

Coligação? Cada macaco no seu galho?

Será que José Manuel Rodrigues já está ditando as suas condições particulares? Conhecem alguma declaração deste político de direita hostilizando a concorrência do PS? Aguardamos por este acto de coragem

Nesta onda de ameaça de expulsões do partido será possível expulsar (não sei donde), dentro do mesmo princípio, o (ir)responsável do CDS que disse besteira no dia do Chão da Lagoa? Será que só os do PSD estão proibidos de opinião divergente da oficial? O CDS procura noivado e está livre desse esforço de contenção?

Devo dizer ao José Manuel Rodrigues que, sim senhor, houve quem agourou a coligação. Ele sabe e podia-me ter nomeado. Eu fui um deles. Sem rebuço e com muita honra. E deve-se mais a pessoas que ao CDS em si mesmo. Agarrar lugar de chefe com chantagem pessoal não é admissível e quem a promoveu não merece o estatuto político que ocupa indevidamente. No PSD isso não seria admissível.

E não há volta a dar: o lugar de presidente da Assembleia Legislativa é do PSD, ainda que entretanto usurpado por quem lá está.

Só um conluio muito estranho permite tanta festarola e promoção pessoal com o habitual pouco dinheiro da Assembleia Legislativa. Um escândalo em nome do CDS!

É bom que quando formos a votos todas estas questões estejam esclarecidas. A generalidade dos madeirenses quer votar num projecto de continuidade desenvolvimentista. Nada de estrelato pessoal. Com apoio da maioria absoluta do povo madeirense. Eu acredito que sim.

Agora, misturados com micro-partido de direita, em que cada um só pensa no seu lugar nas listas e no governo, nem pensar. O PSD nunca foi assim.

Uma hipótese é concorrerem e … logo se vê.

Não é admissível uma lista com gente “negociadora” à frente dos muitos candidatos do PSD, heróis da Autonomia e do desenvolvimento da Madeira e do Porto Santo. O CDS foi contra esses dois princípios sagrados.

No recente congresso do CDS, a ideia de passar a ser a “direita da Madeira” só pode ser para quem vai concorrer em lista própria separada. Ou coligado com o Chega ou a Iniciativa Liberal. Não com o PSD.

Será que o CDS nestes quatro anos morreu junto do eleitorado?

Ou será que José Manuel Rodrigues já está ditando as suas condições particulares? E se não forem aceites vira-se para o PS, como forma de garantir pessoalmente estatuto oficial? Afinal, o seu plano B de há 3 anos.

Conhecem alguma declaração de Rodrigues ou Barreto hostilizando a concorrência do PS Madeira? Ou do Partido Socialista relativamente ao “namorado” do PSD? Nada! Nunca se sabe no que isto vai dar, não é? É bom poder cair para qualquer lado.

Obviamente se o líder sobe na lista ele espera também ser arrastado para cima. Que se lixem os muitos candidatos laranja que, nos seus municípios, têm mais votos que o CDS em toda a Região. Para esses da direita, trepar nas coligações é modo de vida.

É melhor não tê-los misturados. Cada macaco no seu galho.

Sem ofensa para os do meu galho.

O melhor que Albuquerque fez no Chão da Lagoa foi ignorar o “sapinho que queria ser boi”. Protegeu o CDS de uma monumental assobiadela que seria determinante no futuro político. Ficava tudo esclarecido.

Enquanto Miguel Albuquerque tudo faz para segurar o CDS, estes tudo fazem para provocar o PSD. Não valem o muito que falam. Para quê irritar o eleitorado do PSD?

Aquela entrevista no dia do Chão da Lagoa é provocação sem limite. Querem ver que para o ano o incauto exige falar na festa do PSD?

Tenho bem presente a atitude de intolerância do CDS para com o PSD-M e Alberto João Jardim. Por isso Rodrigues era permanentemente fuzilado por Jardim. Foram anos de desgaste mútuo sem piedade e respeito. O PSD já fez a sua renovação. É um novo caminho, ainda por cima, dificultado por uma herança financeira bem difícil de absorver, a qual os ditos cujos ainda têm lata de querer aumentar com novas vias-rápidas. Do lado do CDS passaram de centristas a direita da Madeira mas as “moscas” continuam as mesmas. Quase que foram socialistas ou a eles se juntaram!

Aguarda-se por declaração inequívoca contra o PS Madeira. Nada de encolhas! Tanto de Rodrigues como de Barreto, o que desconfio venha a acontecer antes da coligação confirmada. Quem está para tudo não tapa alternativas.

Se o PSD quiser uma coligação, por mim nada a opor. Albuquerque tem legitimidade para se propor liderar esse caminho. Mas sob orientação exclusiva do PSD. Ao CDS cabe aceitar os termos para, juntamente com o PSD, evitarem uma maioria de esquerda. Se é isso que o micro CDS quer.

Nota: José Manuel Rodrigues sugeriu o método de Hondt para a composição da lista de candidatos. A ser assim, o melhor posicionado do CDS tem direito a chefe da biblioteca da Assembleia. CINM

Veio a tão escondida sentença sobre o próximo futuro do CINM- Centro Internacional de Negócios da Madeira - pela boca do presidente da SDM: nada se pode fazer pela sua reabilitação. Até final de 2023 é esperar para ver o que acontece. Até é sugerido que não se fale nos temas mais difíceis como forma de enganar o mercado. Sugestão tola que pretende insinuar que anda tudo distraído.

Percebam uma coisa: a Madeira precisa reconstruir a ideia de um modelo fiscal internacionalmente competitivo. Algo que apenas peritos e consultores internacionais nos podem ajudar a construir. A prata da casa já não dá.

Insistir neste sistema decadente pode desenrascar alguns oportunistas mas não cria a oportunidade que sempre se pretendeu para a Região.

A Madeira aceitou, irresponsavelmente, as perdas de regime para regime como se fossem boas soluções, quando não o eram de todo. Fomos dando a ideia que se ia melhorando o sistema quando o resultado era o inverso.

Agora não é possível mentir mais. É pedir desculpa e começar de novo.

A Região não tem de negociar para exigir o mesmo que as outras praças europeias já têm. Só quer igual ! E se não tem igual é porque somos maus negociadores ou não “os” temos no sítio.

Lembram-se quando foi a última vez que um governante regional foi a Bruxelas reunir com a Comissão Europeia? Ou quando veio um alto dignatário europeu à Madeira? Como explicamos a nossa vida e os nossos problemas? Por lá já ninguém se lembra de nós!

Escócia Independente?

Porque será a vontade de tantos escoceses? Certamente por insatisfação com Londres. E coragem para lutarem pelo que querem.

É uma cruzada liderada pela presidente do governo regional escocês. Fazer um novo referendo, em 2023, que possibilite esse objectivo. O que é facto é eu ter estado vários dias na Escócia e não ter visto uma única bandeira do Reino Unido. Nem uma. Mesmo no torneio de golfe mundial os jogadores britânicos eram sinalizados com as bandeiras regionais de Inglaterra, País de Gales, Irlanda do Norte e, claro, Escócia. Nunca pela bandeira do Reino Unido.

A saída da União Europeia, a falta de autonomia fiscal e o rendimento do petróleo são as principais razões para a separação. Mas que os escoceses nada têm em comum com os ingleses essa é verdade inquestionável.

Com este aeroporto nunca seremos um “hub”

Estando em Edimburgo e pretendendo viajar para Lisboa confrontei-me com uma dificuldade de arranjar voo que me transportasse. Não havia voo directo e por nenhuma cidade europeia se conseguia ligação que possibilitasse o objectivo pretendido. Lembrei-me da Madeira como “hub”. Bingo, funcionou em pleno. Vim de

Edimburgo para Funchal e daqui para Lisboa. JET2.com e EasyJet. Nada de TAP. Os tempos mudam depressa. Para nosso bem.

Mas as nossas ligações aéreas são sempre difíceis. Dois dias depois para regressar ao Funchal andei a “passear” aos tombos de avião na TAP. Durante, pelo menos, uma semana o aeroporto não normalizou. Prejuízo muito grande. Só em Santa Cruz havia vento. No resto da ilha uma calmaria “irritante”. A dívida financeira e o aeroporto são os nossos dois principais desafios a resolver.

Porto Santo no Mar Negro?

Quem vê uma operação “stop” da PSP à entrada do Porto de Abrigo de Porto Santo, uma guarnição da GNR operando na mesma área e, um helicóptero e quatro “caças” da Força Aérea, voando continuadamente a rasar casas e estradas, julga que em vez da segurança e calmaria do Atlântico está no Mar Negro próximo das zonas invadidas da Ucrânia.

Não é necessário tanto aparato! Precisa-se segurança pela noite dentro.