Mais de uma centena de funcionários do Tibete punidos por incumprimento de política 'covid zero'
Mais de uma centena de funcionários da região ocidental chinesa do Tibete foram destituídos de funções ou repreendidos, durante o mês de agosto, por não terem impedido o ressurgimento de surtos no âmbito da política de 'covid zero'.
A notícia foi avançada ontem pelo jornal de Hong Kong 'South China Morning Post' que avança que na capital, Lassa, um total de 22 funcionários enfrentou processo disciplinares por não ter contido a propagação numa região que, até este novo surto, estava há mais de 900 dias sem registar qualquer infeção por covid-19.
De acordo com a imprensa local, na sequência deste comportamento, considerado negligente, cinco polícias foram demitidos e os demais receberam advertências.
Em Xigaze, a cidade no sudoeste do Tibete onde o surto começou, 77 funcionários foram investigados por incumprimento do dever, dos quais 10 acabaram por perder o seu trabalho.
As autoridades têm sido confrontadas com a gestão do difícil equilíbrio entre prevenir surtos e não implementar "restrições excessivas" que paralisam a economia, apesar dos alertas de altos funcionários do governo de que punirá os funcionários que não façam "todos os possíveis" para travar a propagação do vírus.
O Tibete anunciou hoje 51 novas infeções por covid-19, com o número total de contágios a superar os 500, incluindo as pessoas assintomáticas.
A China, defensora de uma política de 'covid zero', lida com surtos da variante Ómicron há mais de seis meses, sendo o caso mais grave ilustrado pelo confinamento da região de Xangai, com 26 milhões de habitantes, durante dois meses.