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Presidente de São Tomé e Príncipe diz que se vive um momento "sensível"

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O Presidente de São Tomé e Príncipe, Carlos Vila Nova, reconheceu hoje em Luanda que o momento que Angola atravessa é "sensível" e defendeu que "o bom senso deve prevalecer sempre".

Vila Nova, que falava à imprensa à saída de uma reunião com o homólogo português, Marcelo Rebelo de Sousa, referia-se à recusa do maior partido da oposição, a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), aceitar a vitória do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder desde 1975) nas eleições gerais de 24 de agosto.

"(O momento) é sempre sensível. As eleições são porque devolvemos a palavra ao povo. O povo decide e vamos esperar serenamente que haja a contagem definitiva, portanto, seja anunciado os resultados definitivos e, em função disso, felicitar e desejar às melhores venturas ao povo irmão de Angola e a toda a sua direção", disse Carlos Vila Nova.

Quanto à pretensão feita pela UNITA para a criação de uma comissão com participação da comunidade internacional para conferir os resultados das eleições divulgados pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE), designadamente a verificação dos votos atribuídos às formações políticas concorrentes, Carlos Vila Nova respondeu não ter acompanhado essa declaração.

"Confesso que não acompanhei. Não tenho informação. O que eu acho é que o bom senso deve prevalecer sempre, dentro do quadro legal estabelecido para as eleições. Então, há instrumentos próprios, que se pode utilizar e é que eu acho que deve ser feito", respondeu.

Quanto ao encontro com Marcelo Rebelo de Sousa, Carlos Vila Nova disse que os encontros com o Presidente português "correm sempre bem".

"Com o Presidente Marcelo corre sempre bem e aproveitamos sempre para abordar questões de cada um dos nossos países. Há questões também de âmbito Internacional, nesse caso concreto, muito ligados a Angola e à situação eleitoral que se vive", disse.

"Estamos todos satisfeitos com a forma como decorreram as eleições e esperamos, de facto, que a democracia continue a vencer. Queremos todos continuar a viver em democracia", reiterou.

Segundo dados divulgados pela CNE, quando estavam escrutinados 97,03% dos votos das eleições realizadas na passada quarta-feira, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder desde 1975) obteve 3.162.801 votos, menos um milhão de boletins escrutinados do que em 2017, quando obteve 4.115.302 votos.

Já a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) registou uma grande subida, elegendo deputados em 17 das 18 províncias e obtendo uma vitória histórica em Luanda, a maior província do país, conseguindo até ao momento 2.727.885 votos, enquanto em 2017 obteve 1.800.860 boletins favoráveis.

No entanto, o líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior, contestou na sexta-feira a vitória do MPLA e pediu uma comissão internacional para comparar as atas eleitorais na posse do partido com as da CNE.