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Al Sadr propõe exclusão de todos os partidos para superar crise

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O clérigo populista Muqtada al Sadr exigiu hoje a exclusão da cena política de todos os partidos que atuam no Iraque desde 2003, como condição para superar a crise que se vive desde as eleições de outubro.

Al Sadr - líder do principal partido no Iraque, que acusa de "corrupção" as forças políticas desde a queda do ex-ditador Saddam Hussein, em abril de 2003, devido a uma invasão dos EUA -- defendeu hoje que "não haverá reforma" se os atuais movimentos políticos, incluindo o seu próprio, continuarem a exercer a sua atividade.

"Mais importante do que dissolver o Parlamento e realizar eleições (antecipadas) é não incluir todos os partidos e personalidades que participaram no processo político desde a invasão dos EUA, em 2003", disse o clérigo num comunicado.

"Para não incluir todos [...] sejam eles dirigentes, ministros ou funcionários pertencentes a partidos [...], incluindo o movimento sadrista", disse o clérigo, explicando que "esta é uma alternativa a outras iniciativas" para resolver a crise iraquiana, "incluindo as [propostas] das Nações Unidas".

Al Sadr manifestou-se disposto a assinar um acordo que contenha essa exigência "no prazo máximo de 72 horas".

O clérigo populista - cujos apoiantes estão acampados há várias semanas em frente ao Parlamento iraquiano, para exigir a dissolução da Câmara - boicotou as reuniões de diálogo nacional convocadas há duas semanas pelo primeiro-ministro em exercício, Mustafa al Kazemi.

O Iraque vive uma crise política desde que as eleições legislativas de outubro de 2021 deram a vitória ao partido sadrista, mas com apenas 73 lugares nos 329 do Parlamento.

O partido de Al Sadr tentou uma aliança com outras forças parlamentares para eleger o Presidente e o primeiro-ministro, que ficariam encarregados de formar um Governo, o que não acabou por não ser possível, devido ao bloqueio dos opositores xiitas, próximos do regime iraniano.

Os deputados sadristas demitiram-se em bloco, em junho, mas, perante a eleição de um Presidente e de um primeiro-ministro propostos pelos opositores, os seguidores de Al Sadr ocuparam o Parlamento, em 30 de julho.

A ocupação durou uma semana e, após um apelo do clérigo, os sadristas retiraram-se do Parlamento e acamparam em frente ao prédio, para exigir a dissolução da Câmara e novas eleições.