A tática da avestruz
Vasco Seabra desaconselha notícias, como se redes sociais e imprensa fizessem parte do mesmo plantel
Boa noite!
Na era mediática há quem prefira o perfeito vazio às notícias. A julgar pelo que diz, essa estratégia de avestruz é seguida pelo treinador do Marítimo, ao admitir que sugere aos jogadores que não vejam o que é publicado nas redes sociais e na comunicação social.
Alega Vasco Seabra que a imprensa publica mentiras, o mesmo acontecendo com as redes, e que por isso, dá bons conselhos, de modo a preservar a estabilidade na equipa. Aliás, acredita que se houver harmonia e a confiança o clube estará mais forte para "superar as dificuldades e os momentos menos bons". Ou seja, se ninguém souber o que se passa, as críticas que se fazem e a análise honesta com base em factos, estará tudo bem, mesmo que o clube continue a perder e não jogar nada.
O treinador do Marítimo não é o primeiro na Madeira que se gaba em público de não ler jornais e de incitar a que os mesmo não fossem lidos. Toda a gente sabe o desfecho que tiveram os que gritaram que queriam ver o DIÁRIO a arder, que rasgaram jornais na Assembleia e que tudo fizeram para asfixiar financeiramente quem lhes fez frente.
Também por isso, não devia meter tudo no mesmo saco, como se redes e imprensa fizessem parte do mesmo plantel, como se a irresponsabilidade não escrutinada fosse da mesma laia que a informação cruzada. Dá-lhe jeito desviar atenções, mas devia ter cuidado com o que diz nas conferências de imprensa sob pena de ser desacreditado, pois sem dificuldade se percebe que se ao menos consumissem notícias, treinador e jogadores não estariam nas nuvens.
Com desfaçatez, Vasco Seabra ainda referiu não estar a mandar indirectas a quem quer que fosse, nem a desrespeitar o trabalho dos jornalistas. Imagine se estivesse.