Greve na Portway levou ao cancelamento de 118 voos em Lisboa e Porto
A greve dos trabalhadores da Portway, que hoje se iniciou e se prolonga até domingo, levou ao cancelamento de 118 voos em Lisboa e no Porto, adiantou Rita Reis, diretora de recursos humanos do grupo.
Em declarações à Lusa, a responsável reiterou que a adesão à greve ronda os 10%, mas avisou que esta "parece uma taxa de adesão baixa, mas é uma greve setorial, e, portanto, está muito localizada em departamentos específicos que conseguem ter um impacto forte na operação".
A diretora de recursos humanos da Portway não quis adiantar uma estimativa de números de cancelamento previstos para sábado, mas segundo os dados consultados pela Lusa no 'site' da ANA - Aeroportos de Portugal, neste momento apenas Lisboa parece afetada.
Assim, o aeroporto da capital prevê já cerca de 44 cancelamentos para sábado, sendo que, neste momento, não existem ainda voos cancelados visíveis nos dados da ANA para o Porto, Faro e Funchal.
Rita Reis voltou a rejeitar as acusações do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (Sintac), garantindo que a "Portway não contrata serviços externos para substituir grevistas nem o pode fazer. Quem o pode fazer legalmente são as companhias aéreas e o aeroporto", referiu.
Os trabalhadores da Portway deram hoje início a uma greve de três dias nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e Madeira, convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (Sintac), que deverá causar perturbações na operação.
A paralisação, marcada para hoje, sábado e domingo, contesta "a política de RH [recursos humanos] assumida ao longo dos últimos anos pela Portway, empresa detida pelo grupo Vinci, de confronto e desvalorização dos trabalhadores por via de consecutivos incumprimentos do Acordo de Empresa, confrontação disciplinar, ausência de atualizações salariais, deturpação das avaliações de desempenho que evitam as progressões salariais e má-fé nas negociações", indicou o sindicato.
O pré-aviso prevê a paralisação geral dos trabalhadores da empresa de assistência em terra, nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e Madeira, com início às 00:00 de hoje e fim às 24:00 de domingo.
O Sintac acusa a Portway de promover um "clima de terror psicológico, onde proliferam ameaças e instauração de processos disciplinares, criando uma instabilidade social sem ímpar na história da empresa", e os trabalhadores reivindicam o cumprimento do Acordo de Empresa de 2016 e uma avaliação de desempenho que não sirva para evitar progressões.
O Sintac quer ainda o pagamento de feriados a 100% a todos os trabalhadores e atualizações salariais imediatas, que tenham em conta a inflação.
A ANA - Aeroportos de Portugal e a Portway alertaram na quinta-feira para possíveis perturbações em 22 companhias aéreas que operam nos aeroportos nacionais.
Numa nota divulgada nos seus 'sites' a gestora dos aeroportos nacionais, detida pela Vinci, e a empresa de assistência em terra, do mesmo grupo, publicaram uma lista de "companhias aéreas cujos voos poderão ser afetados pela greve convocada por um sindicato" na empresa de assistência em terra.
As companhias em causa são a Aegean, Air Canada, Air Transat, American Airlines, Blue Air, Brussels, Cabo Verde Airlines, Easyjet, Euroatlantic, European Air Transport, Eurowings, Finnair, Flyone, Latam, Luxair, Swiftair, Transavia, Transavia France, Tunisair, Turkish Airlines, Volotea e Wizzair.