CASA-CE anuncia intenção de impugnar junto do TC resultados "fraudulentos"
A CASA-CE vai interpor recurso junto do Tribunal Constitucional (TC) no sentido da impugnação dos resultados das eleições angolanas de 24 de agosto, considerando-os "de longe fraudulentos" e "gravemente" lesivos da "verdade eleitoral", anunciou o partido numa nota.
"Os resultados provisórios das eleições gerais de 24 de agosto divulgados pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE) são de longe fraudulentos e ferem gravemente a verdade eleitoral", acusa a nota do colégio presidencial da Convergência Ampla de Salvação de Angola-Coligação Eleitoral (CASA-CE), liderada por Manuel Fernandes.
"Ciente do seu bom desempenho em sede da campanha eleitoral", acrescenta a nota, "irrefutável aos olhos de Angola e dos angolanos", a CASA-CE "garante que vai, em breve, nos termos da Constituição e da Lei, interpor competente recurso junto do Tribunal Constitucional, no sentido de se exigir a reposição da verdade eleitoral".
O partido de Manuel Fernandes apela finalmente aos seus "militantes, amigos, simpatizantes e povo angolano em geral, serenidade, coragem e bom ânimo", neste "momento de tensão à volta dos resultados provisórios divulgados pela CNE", ainda segundo a mesma nota.
Segundo dados da Comissão Nacional Eleitoral divulgados hoje, escrutinados que estavam 97,03% dos votos, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder desde 1975) obteve 3.162.801 votos, menos um milhão de boletins escrutinados do que em 2017, quando obteve 4.115.302 votos.
Já a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) registou uma grande subida, elegendo deputados em 17 das 18 províncias e obtendo uma vitória histórica em Luanda, a maior província do país, conseguindo até ao momento 2.727.885 votos, enquanto em 2017 obteve 1.800.860 boletins favoráveis.
Na Assembleia Nacional de Angola, a CASA-CE desaparece do hemiciclo depois da saída do seu líder, Abel Chivukuvuku, para as listas da UNITA, onde concorria a vice-presidente.
Em 2017, a CASA-CE havia obtido 16 mandatos (com 639.789 votos) e agora obteve apenas 46.750 boletins com a cruz no partido.
Além desta mudança de votação, há um registo de uma menor afluência às urnas nestas eleições. Menos 700 mil angolanos acorreram às urnas nas eleições gerais de quarta-feira, apesar de o universo eleitoral ter aumentado mais de 55%, passando de 9,22 milhões para 14,4 milhões de eleitores.