UE presta ajuda humanitária de 1,8 ME para vítimas das inundações no Paquistão
A União Europeia (UE) atribuiu 1,8 milhões de euros em ajuda humanitária destinada às famílias afectadas pelas inundações no Paquistão provocadas pelas chuvas das monções, que provocaram quase mil mortos nos últimos dois meses, anunciou hoje a Comissão Europeia.
Em comunicado, o executivo comunitário aponta que a ajuda humanitária visa apoiar designadamente as populações afetadas em alguns dos distritos mais duramente atingidos nas províncias de Sinde, Baluchistão, Punjab e Khyber Pakhtunkhwa, sendo o financiamento atribuído aos parceiros humanitários da UE que operam no terreno.
Este apoio visa sobretudo "satisfazer as necessidades imediatas das famílias atingidas pelas cheias, incluindo através do fornecimento de abrigos temporários de emergência, alimentos e água potável, transferências monetárias e serviços de cuidados de saúde primários", de acordo com a Comissão Europeia.
"Chuvas das monções excecionalmente fortes provocaram inundações repentinas mortíferas no Paquistão. Enquanto a avaliação no terreno está em curso, estimamos que mais de um milhão de pessoas tenham perdido as suas casas e precisem de assistência direta. A contribuição da UE sublinha o nosso compromisso com o povo do Paquistão e permite aos nossos parceiros fornecer ajuda para salvar vidas", comentou o comissário europeu para a Gestão de Crises, Janez Lenarcic.
Na semana passada, a UE já tinha destinado 350 mil euros em ajuda para as populações da província do Baluchistão afetadas pelas cheias.
Na quinta-feira, as autoridades paquistanesas reportaram que 30 milhões de pessoas foram afetadas pelas inundações e apelaram à ajuda internacional.
A Autoridade Nacional de Gestão de Catástrofes do Paquistão (NDMA) apontou que as piores inundações dos últimos anos resultaram na morte de 937 pessoas, 34 nas últimas 24 horas, incluindo 17 crianças, tendo ainda provocado pelo menos 1.343 feridos.
Embora o NDMA reporte que quatro milhões de pessoas foram afetadas pelas inundações, a ministra das Alterações Climáticas paquistanesa, Sherry Rehman, elevou esse número para 30 milhões em várias zonas do país asiático.
"Cerca de 30 milhões de pessoas foram deslocadas de casa", apontou Rehman em conferência de imprensa, considerando a situação uma "emergência nacional".
A ministra especificou que o país registou níveis de precipitação 241% acima do normal só no mês de agosto, com algumas províncias, como o sul de Sinde, a sofrerem níveis de chuva que representaram um aumento na ordem dos 784%.
O Paquistão está entre os dez países mais afetados pelas alterações climáticas no mundo.
Esta nação do sul da Ásia também testemunhou uma intensa onda de calor no início deste ano, que causou inúmeras mortes e perdas de propriedade para milhares de pessoas.
Durante a época das monções no sul da Ásia - de junho a setembro - os deslizamentos de terras e as inundações são comuns, provocando vítimas e danos materiais significativos.