PAN faz roteiro pela Ponta do Sol
Partido foi ouvir os principais problemas do concelho apontados pela população
O PAN Madeira continua o seu roteiro de Verão pela Ilha e, desta vez, seguiu para o concelho da Ponta do Sol, "com cerca de 8500 habitantes, percorrendo, do mar, à serra, uma disparidade orográfica e paisagística muito interessante".
A nossa viagem inicia-se pela vila da Ponta do Sol, sede de concelho, onde o PAN Madeira destaca o projecto 'Digital Nomad Village', uma ideia irreverente e que se prova um bom aproveitamento dos investimentos públicos, trazendo dinamização e juventude até ao concelho, não obstante o perigo da usurpação de preços no sector imobiliário e aproveitamentos financeiros deste nicho de mercado." PAN Madeira
No comunicado enviado, o partido considera que "se atente e vigie este ponto em específico, tomando medidas além dos fogos com renda acessível, mas pensando, efectivamente, em regulação, taxaçação e acompanhamento específico do sector".
O PAN Madeira acredita que, na base da utilização como conservação, estes projectos deveriam ser mais focados em pequenos aldeamentos e zonas rurais dos concelhos, muitas delas em total abandono, criando atividades que ligassem o artesanato, a cultura e a agricultura local à estadia dos nómadas digitais." PAN Madeira.
Apesar do "contentamento" da população com os jovens nómadas, o mesmo não acontece com a fixação dos jovens do concelho. "O abandono por parte do Governo Regional continua a acontecer e isto é algo que preocupa os pontassolenses e o PAN Madeira".
Sobre o edifício da antiga esquadra da Ponta do Sol, o PAN ouviu os munícipes que reivindicam "um fim mais nobre para aquele marco temporal e histórico do concelho".
O PAN Madeira está com os pontassolenses na intenção de se criar, ali, um lar de terceira idade ou centro intergeracional, beneficiando da localização e das boas vias de comunicação. PAN Madeira.
A Marina do Lugar de Baixo, "ou o que resta dela", não foi esquecida na crítica da população: "Ainda que a renaturalização possa ser a opção mais pragmática e correta, há que garantir que os materiais poluentes não sejam simplesmente esquecidos. Deve-se assegurar que o processo, de décadas, seja acompanhado e intervencionado sempre que necessário", refere o comunicado.
Ao lado, a antiga e extremamente descaraterizada lagoa deve ser imperiosamente repensada. O gradeamento colocado, com intenção de protecção do local, desvirtuou e desregulou a lagoa, tendo inclusive os patos, espécie não nativa, aproveitado a segurança do gradeamento para comer toda a relva, dando ao local um aspecto de “pocilga” a céu aberto. PAN Madeira
Continuando o roteiro mais a oeste, na freguesia da Madalena do Mar, o pagamento oferecido pela GESBA aos bananicultores foi o principal problema apontado.
O partido afirma que prefere apontar os problemas de base e que podem aliviar a factura dos agricultores, num sector "pesado nos ombros e na carteira dos que trabalham na terra".
Desde ajudas à completa conversão da rega dos bananais, terminando com a rega por alagamento e olhando à poupança de água, à instalação de redes corta-vento, indispensáveis aquando dos vendavais de sudoeste e na obtenção, in loco, de testemunhos pelos técnicos que se querem fora dos gabinetes, o sector pode e deve ser melhorado, ganhando, todos – principalmente os que trabalham a terra – com isso. PAN Madeira.
Terminando na freguesia dos Canhas, o partido refere que os incêndios florestais foi a situação mais apontada.
O PAN Madeira reconhece o total desgoverno do eucalipto e acácias, espécies não nativas, altamente combustíveis e que, directamente abaixo do Paul da Serra, oferecem perigo extremo àquele ecossistema indispensável a todos os madeirenses na obtenção de água. PAN Madeira.
Assim, o partido refere que deva existir a "reconversão extensiva daquela floresta à limpeza da carqueja e giesta, criando zonas de pastoreio directamente acima da urbanização e nunca no topo das montanhas ou ainda à criação pelo município de campanhas de controlo de infestantes com benefícios fiscais."
O PAN Madeira passou a última semana na Ponta do Sol a ouvir e a sentir um concelho de rara beleza e com tremendas riquezas. O PAN lamenta a falta de rasgo de um governo conservador/ gasto que não é capaz de compreender os novos tempos e potencializar as condições naturais da Ponta do Sol. PAN Madeira.
A concluir, o PAN "desafia" o Governo Regional: a alocar verbas do PRR para instalar de forma gratuita painéis solares em "todos os edifícios do concelho da Ponta do Sol", para que todos tenham uma "mini EEM em suas casas"; resolver os problemas dos "destroços e da poluição" da construção de uma "marina mal pensada e pior resolvida no lugar de Baixo"; resolver os problemas que afectam os produtores de bananas.
Além disto pretende ainda que se faça um levantamento do saneamento básico em todas as casas do concelho, reordenar o território a nível florestal, para evitar os incêndios; substituir o eucaliptal por espécies autóctones e, por fim, continuar a atrair nómadas digitais, mas também a fixar no concelho os "jovens da terra".