Ministro garante que preços regulados do gás natural serão "menos de metade" dos da EDP e Galp
O ministro do Ambiente garantiu hoje que os preços no mercado regulado de gás natural vão ser "menos de metade" dos valores aplicados pela Galp e EDP, que na quarta-feira anunciaram aumentos para entrar em vigor em outubro.
"Os preços do mercado regulado serão menos de metade dos preços dos comercializadores que ontem [quarta-feira] anunciaram o seu aumento", afirmou Duarte Cordeiro, numa conferência de imprensa, na qual avançou que o Governo vai propor o levantamento das restrições legais existentes, para permitir o acesso às famílias e pequenos negócios ao mercado regulado de gás natural.
Esta medida vigorará pelo prazo máximo de 12 meses e pode abranger até 1,5 milhões de clientes.
O governante disse ainda acreditar que, com esta medida, "muitos consumidores passarão a ter uma fatura de gás inferior" à atual.
No caso da eletricidade, desde 2018 que é possível mudar do mercado livre para a tarifa equiparada à regulada, ou seja, permanecendo cliente de uma empresa, o consumidor pode usufruir da tarifa definida pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE).
A Deco lançou, em junho, uma petição para que o mesmo seja permitido no caso do gás natural, uma vez que as tarifas no mercado regulado passaram a ser a opção mais barata para a maioria dos consumidores domésticos, comparativamente ao mercado liberalizado.
Na quarta-feira, a EDP anunciou que vai aumentar o preço do gás às famílias em média 30 euros mensais, mais taxas e impostos, a partir de outubro, devido à escalada de preços nos mercados internacionais e após um ano sem atualizações.
Em declarações à agência Lusa, a presidente executiva da EDP Comercial, Vera Pinto Pereira, anunciou a decisão de aumentar o preço do gás "em média, 30 euros na fatura dos clientes" residenciais, os quais são acrescidos de "cinco a sete euros de taxas e impostos".
Para os cerca de 433.300 (dois terços) dos 650.000 clientes residenciais, que representam os consumos mais baixos, a subida do preço do gás terá um impacto médio de 18 euros mensais, antes de taxas e impostos, ou seja, o aumento rondará os 22 euros.
Pouco depois, fonte oficial da Galp indicou à Lusa que a petrolífera também vai aumentar os preços do gás natural em outubro, "num valor a indicar brevemente".