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Calamidade declarada para a serra da Estrela e municípios com 10% de área ardida

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O Governo aprovou hoje a declaração de situação de calamidade por um ano para o Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE), afetado desde julho por fogos, conforme pedido pelos autarcas dos territórios atingidos.

Na conferência de imprensa que se seguiu à reunião do Conselho de Ministros realizado hoje, em Lisboa, a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, anunciou ainda que o levantamento dos danos e prejuízos causados por este incêndio será feito no prazo de 15 dias e que a mesma situação de calamidade alargar-se-á não apenas aos municípios afetados, como a todo os outros no país onde tenham ardido "mais de 4.500 hectares ou 10% da sua área", em 2022.

Na segunda-feira, o Governo reuniu-se com os presidentes das Câmaras abrangidos pelo PNSE - Manteigas, Celorico da Beira, Covilhã, Guarda, Gouveia e Seia - e ainda com o de Belmonte - também presente por ter sido atingido pelas chamas - com o objetivo de aferir os prejuízos causados e "estabelecer as medidas necessárias de apoio".

No encontro os autarcas pediram ao Governo a declaração de situação de calamidade para a região, tendo Mariana Vieira da Silva defendido, no final da reunião, a necessidade de revitalizar o PNSE, apostando no turismo e no turismo de natureza, e diversificando as atividades económicas da região, que passam pela apicultura, artesanato e produção de queijo da serra.

O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) considerou o maior incêndio da serra da Estrela como o mais extenso até agora registado desde o de Pedrógão Grande, em 2017.

O fogo teve início em 06 de agosto em Garrocho (Covilhã) e durante 11 dias lavrou na Estrela, estendendo-se aos concelhos de Manteigas, Gouveia, Guarda, Celorico da Beira e Belmonte.

Numa nota de imprensa enviada à Lusa, o ICNF indicou que a região da serra da Estrela foi afetada, desde julho, por um conjunto de cinco grandes incêndios rurais que atingiram um total de 28.112 hectares, dos quais 22.065 do PNSE, ou seja, 25% da sua área total.

A declaração de situação de calamidade corresponde ao nível mais grave de resposta a uma situação de desastre ou catástrofe prevista pela lei de bases da proteção civil.

Na sequência dos incêndios de Pedrógão Grande, de 2017, o Governo também lançou um Programa de Revitalização do Pinhal Interior.