Noruega precisa de mais investimento para fornecer energia estável à Europa
A Noruega precisa de mais investimentos em infraestrutura e de aumentar a atividade extrativa no norte para manter o estatuto de fornecedor estável de gás e petróleo na Europa a longo prazo, disse hoje a Direção do Petróleo.
De acordo com as estimativas daquele órgão, citadas pela EFE, nos cinquenta anos de atividade petrolífera e gasística na Noruega, apenas foi produzido metade do potencial total e 25% corresponderia a recursos ainda não encontrados.
O organismo destaca que para, garantir a estabilidade da oferta, é importante limitar a queda de produção prevista, que é calculada para 2030, o que implica aumentar a extração em jazidas já existentes e promover o desenvolvimento das que ainda não estão em produção.
O relatório também aponta para a necessidade de encontrar depósitos maiores e destaca que o potencial para tal, especialmente no que diz respeito ao gás, é maior em áreas pouco exploradas ou ainda não abertas à exploração no Ártico, na área do Mar de Barents.
Estima-se que esta área poderia ter 2.400 milhões de metros cúbicos de petróleo, 59% na parte norte, que o atual Governo de centro-esquerda concordou em manter fora da atividade petrolífera.
Para aproveitar o potencial do Mar de Barents, especialmente o abastecimento de gás, é fundamental investir em infraestruturas, já que existe apenas um gasoduto operacional na área, destaca a Direção de Petróleo da Noruega.
"Sem o aumento da capacidade de exportação, tanto os recursos de gás já encontrados quanto os não descobertos no Mar de Barents são de menor interesse", aponta o relatório.
A Noruega produzirá 102 milhões de metros cúbicos de petróleo e 113.000 milhões de metros cúbicos de gás em 2021, o que corresponde a quase quatro milhões de barris de petróleo por dia, um valor ligeiramente superior ao de 2020.
Aquele país nórdico forneceu cerca de 20 a 25% de toda a procura da União Europeia e do Reino Unido, no ano passado, mas o Governo, nos últimos meses, pediu às empresas extrativas para maximizar a produção, especialmente para reduzir a dependência do gás russo.
Conforme revelado na semana passada pelo primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Støre, os esforços das empresas e a reabertura da fábrica de gás liquefeito de Melkøya permitiram aumentar as exportações de gás em 10%.