Madeira

Cidade “resort” expulsa povo da Cidade, diz PCP

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A CDU desenvolveu uma iniciativa política ao longo desta manhã no Largo dos Varadouros, junto às Portas da Cidade, onde denunciou a crescente segregação social imposta aos Funchalenses, devido às políticas erradas seguidas por PSD e PS.

A Deputada Municipal Herlanda Amado, porta-voz desta iniciativa, disse que «o direito à Cidade deve ser exigido por todos quantos vivem no Funchal. Não é aceitável que aos especuladores imobiliários tudo seja permitido, e na base de uma suposta reabilitação urbana, usem mecanismos que vão expulsando os Funchalenses do centro da Cidade.»

A Deputada Municipal afirmou que "os processos de degradação, a falta de rigor e de exigência na preservação dos centros históricos por parte das entidades regionais, fazem com que poucos se sintam incluídos no Funchal “resort”, construído por PSD e PS, onde apenas alguns usufruem da Cidade em plenitude, enquanto outros são expulsos dos seus lugares de identidade, vivendo na Cidade “gueto”. A Cidade é cada vez mais habitada por quem tem mais poder económico, enquanto que a maioria vai sendo pontapeado para as periferias do concelho. Enquanto uns, poucos, prosperam no seu “resort”, tantos outros empobrecem, cada vez mais remetidos para a cidade “gueto”.   A Cidade não pode ser só para ricos! A Cidade não pode ser apenas para os que nos visitam, mas deve ser pensada e organizada para quem cá vive!»

Nas Portas da Cidade foi realizada uma instalação: 100 pares de sapatos, representando os milhares que foram sendo expulsos da Cidade. Herlanda Amado afirmou que «foram colocados estes sapatos vazios de gente, porque assim se tem tornado o Funchal, vazio das suas gentes, da sua identidade e do seu património identitário! O Funchal, descrito tantas vezes como um local de gentes afáveis, simpáticas e acolhedoras, deixará de ter esse elemento singular e importante para os que nos visitam e percorrem o centro da nossa Cidade, se não forem tomadas medidas urgentes de intervenção, porque a nossa gente deixa de viver a Cidade e é pontapeada para os subúrbios.

Tem sido anunciada a ilusão de oferta de empreendimentos habitacionais que fariam face à falta de habitação no Funchal, mas estes são apenas para quem tem dinheiro. Exemplos dos milhares de fogos que serão construídos onde a média de venda ultrapassa qualquer valor comportável para os trabalhadores desta terra. Meio milhão de euros para comprar uma casa para quem vive do seu rendimento, quando a maioria recebe o salário mínimo? Como é possível arrendar uma habitação quando os valores chegam aos 800 ou 1000 euros/mês?

Os habitantes da Cidade têm direitos! Os Funchalenses têm direito a viver na sua Cidade sem que se sintam indígenas ou os pobres do “resort” criado por PSD e PS. O Funchal é feito por quem o habita e não podemos continuar a admitir que seja visto apenas como um “resort” para turistas.»

Herlanda Amado afirmou, que «o Funchal é feito de gente! O povo do Funchal precisa de ter vez e uma voz, e conta com a CDU para que estas denuncias continuem, mas acima de tudo para que as reivindicações feitas por quem se sente vítima do sistema instalado veja que existem contrapropostas para que sejam alteradas estas situações através de propostas que garantam o direito à Cidade para quem cá vive.»