Zelensky diz na ONU que Rússia deve parar com "chantagem nuclear"
A Rússia deve parar com a sua "chantagem nuclear" e retirar-se da central de Zaporijia, defendeu hoje o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, numa reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) na qual participou por videoconferência.
"A Rússia deve parar incondicionalmente a sua chantagem nuclear e simplesmente retirar da central", disse Zelensky na reunião do Conselho de Segurança, órgão máximo da ONU devido à sua capacidade de fazer aprovar resoluções com caráter vinculativo, que assinalou seis meses da invasão russa da Ucrânia.
"Hoje o nosso país está a comemorar o Dia da Independência e agora todos podem ver o quanto o mundo depende da nossa independência", disse o chefe de Estado ucraniano.
Perante uma plateia composta por representantes diplomáticos e altos funcionários da ONU, que incluía o próprio secretário-geral da organização internacional, António Guterres, Zelensky propôs realizar a Cimeira do Futuro sob os auspícios da ONU em Kiev em 2023.
"O secretário-geral da ONU, António Guterres, ambiciona organizar a Cimeira do Futuro no próximo ano. Apoiamos esta iniciativa e reafirmamos: para construir o nosso futuro comum, é preciso deixar no caixote do lixo da história aquilo que não permitiu à humanidade viver em condições de paz, ou seja, agressão, ambições coloniais", disse.
E prosseguiu: "Seria simbólico realizar esta cimeira na Ucrânia, um país onde está a decidir-se se haverá algum futuro. Esta questão também está a ser decidida na central nuclear de Zaporijia, nos nossos portos marítimos, no Donbass (leste ucraniano), na Crimeia".
Logo após o início da reunião, a Rússia (um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança e com poder de veto) opôs-se à participação de Zelensky através de videoconferência, afirmando que esse formato contradiz os requisitos do protocolo do órgão.
A questão foi então submetida a uma votação processual, sendo que 13 dos 15 membros do Conselho de Segurança votaram a favor da participação de Zelensky.
A Rússia votou contra, enquanto a China absteve-se.