Condenados dois homens acusados de planear rapto da governadora do Michigan
Um júri federal dos EUA condenou hoje dois homens acusados de planear, em 2020, o rapto da governadora do Michigan, a democrata Gretchen Whitmer.
O veredicto põe assim fim a um dos julgamentos de terrorismo doméstico mais importantes dos últimos anos nos Estados Unidos.
Os arguidos são Adam Fox e Barry Croft Jr., dois homens brancos descritos pela acusação como fundamentalistas de extrema-direita que representam um perigo para a democracia americana.
Ambos foram acusados de conspirar em julho de 2020 para raptar Gretchen Whitmer da sua casa de férias na ilha de Mackinac, no Michigan, como retaliação pelas políticas restritivas que tinha adotado para travar a pandemia de covid-19.
Os dois homens chegaram ao ponto de fazer planos para obter uma bomba com o objetivo de fazer explodir uma ponte perto da residência da governadora e atrasar a resposta da polícia.
O júri deliberou durante mais de oito horas para chegar ao seu veredicto e deverá agora determinar uma sentença para os dois arguidos, que correm o risco de passar o resto das suas vidas na prisão.
Este é o segundo julgamento relacionado com os planos para raptar Gretchen Whitmer.
Um primeiro julgamento, no início do ano, resultou na absolvição de dois outros arguidos, Daniel Harris e Brandon Caserta, enquanto que relativamente a Adam Fox e Barry Croft não foi possível chegar a um veredicto, pelo que esse processo foi declarado nulo e foi realizado outro julgamento.
Gretchen Whitmer, uma das mais conhecidas governadoras democratas dos EUA, reagiu ao resultado do julgamento, considerando que o veredicto prova que a violência e as ameaças não têm lugar na política americana e que aqueles que procuram dividir os EUA serão responsabilizados.
"Não vou deixar que os extremistas se interponham no caminho do trabalho que fazemos. Eles nunca afetarão a minha fé inabalável na bondade e decência do nosso povo", salientou a governadora na sua declaração.
Durante os meses mais duros da pandemia, Gretchen Whitmer foi objeto de críticas por parte de grupos conservadores e milícias de extrema-direita, e mesmo do então presidente Donald Trump (2017-2021), por impor o encerramento das atividades comerciais e proibir aglomerações naquele Estado, durante a pandemia de covid-19.
Donald Trump chegou ao ponto de lançar dúvidas sobre a tentativa de rapto de Gretchen Whitmer. No início deste mês, durante um discurso no Texas, mentiu e disse que as alegações eram "falsas".