A Guerra Mundo

Putin queria impedir independência, mas aconteceu o contrário, diz von der Leyen

None

A presidente da Comissão Europeia afirmou hoje que, com a invasão da Ucrânia, o Presidente russo queria "impedir a independência" ucraniana, mas "aconteceu o contrário" e Bruxelas manterá um apoio firme para que o país seja "livre e democrático".

"A União Europeia (UE) continuará a apoiar a Ucrânia durante o tempo que for necessário. [O Presidente russo, Vladimir] Putin queria impedir a independência da Ucrânia e quebrar a sua crença num futuro melhor, [mas] aconteceu o contrário e não só a Ucrânia celebra amanhã [quarta-feira] o seu 31.º ano de independência, como também se tornou um candidato a aderir à União Europeia", disse Ursula von der Leyen.

Numa intervenção durante a cimeira virtual da "Plataforma da Crimeia", um fórum de diálogo diplomático lançado pela Ucrânia para coordenação da resposta internacional à ocupação da região pela Rússia em 2014, a líder do executivo comunitário vincou: "O nosso povo nunca esteve tão perto e o nosso compromisso para com uma Ucrânia livre e democrática nunca foi tão forte".

No evento realizado por videoconferência, que reuniu hoje líderes mundiais e de organizações internacionais, Ursula von der Leyen condenou que a Crimeia tenha estado a ser "utilizada não só como uma base militar russa, mas também como campo de ensaio para métodos brutais" aplicados recentemente noutras partes da Ucrânia.

"Estamos convosco e temos estado convosco nesta luta existencial desde o início. Desde que a Rússia iniciou a invasão em fevereiro, intensificámos massivamente o nosso apoio económico humanitário e militar, acolhemos mais de sete milhões e meio de refugiados ucranianos nas nossas casas, as nossas sanções estão a minar de forma crítica a máquina de guerra de Putin e a economia russa e as vias de solidariedade da UE ajudaram a exportar mais de 10 milhões de toneladas de cereais ucranianos", elencou a responsável.

E garantiu: "Continuaremos a ajudar-vos a tirar os cereais que estão retidos nos portos ucranianos devido ao cínico bloqueio da Rússia".

A "Plataforma da Crimeia" é uma iniciativa diplomática promovida pela Ucrânia e pelo seu Presidente, Volodymyr Zelensky, visando ser um mecanismo de coordenação internacional após a anexação em 2014 pela Rússia.

Quase dois anos depois, esta plataforma ganha uma maior relevância, uma vez que todo o país é atualmente alvo de uma nova ofensiva militar russa, iniciada em 24 de fevereiro deste ano.

A cimeira acontece na véspera do dia em que se cumprem seis meses de conflito no território ucraniano, que coincide com o Dia da Independência da Ucrânia.

Lançada há praticamente meio ano -- data que se assinala na quarta-feira --, a ofensiva militar russa na Ucrânia causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas de suas casas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de seis milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que está a responder com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca à energia e ao desporto.