OSCE denuncia destruição de locais de culto ucranianos por tropas russas
A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) denunciou hoje que a agressão da Rússia contra a Ucrânia causou a destruição de locais de culto, enquanto líderes religiosos russos, "voluntariamente ou sob coação", justificam o conflito.
Numa declaração a propósito do Dia Internacional de Homenagem às Vítimas dos Atos de Violência baseada na Religião ou Crença, a OSCE afirma que "a contínua agressão russa contra a Ucrânia traz mais mortes, novos refugiados e a destruição de locais públicos, incluindo locais de culto, santuários e monumentos religiosos".
O documento é assinado por Andrew Baker, Ismail Hakki Musa e Regina Polak, representantes da presidência da OSCE contra o antissemitismo, a intolerância anti-muçulmana e a discriminação contra o cristianismo e outras religiões.
"Os líderes religiosos da Rússia, voluntariamente ou sob coação, fornecem uma justificação para esta guerra não provocada. Aqueles que erguem a sua voz ou mesmo os que permanecem em silêncio fazem-no por sua própria conta e risco", denuncia a nota.
Os três representantes da presidência da OSCE denunciam que, entre as vítimas do ataque russo há também cristãos, judeus, muçulmanos e pessoas de outros credos.
O patriarca da Igreja Ortodoxa russa, Cirilo I de Moscovo, apoiou abertamente a invasão russa, o que levou a uma cisão com a Igreja ucraniana em maio.
Os três representantes da presidência da OSCE denunciam que, entre as vítimas do ataque russo há também cristãos, judeus, muçulmanos e pessoas de outros credos.
A OSCE recorda ainda que todos os Estados parceiros são obrigados a respeitar a liberdade de pensamento, consciência, religião e promover a tolerância e a inclusão.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas de suas casas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de seis milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que está a responder com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca à energia e ao desporto.