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Incêndios: Três fogos em Vila Real e Viana do Castelo são os mais preocupantes

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PEDRO SARMENTO COSTA/LUSA

Três fogos, em Vila Real e Viana do Castelo, são os mais preocupantes a nível nacional, prevendo-se "alguma dificuldade de combate" para a tarde de hoje, devido às temperaturas elevadas e à inconstância do vento, segundo a Proteção Civil.

Num 'briefing' realizado pelas 12:00 na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), em Carnaxide, Oeiras (distrito de Lisboa), o comandante nacional, André Fernandes, afirmou que em causa estão os fogos que deflagraram no domingo em Samardã e em Mesão Frio, no concelho e no distrito de Vila Real, respetivamente, e na freguesia de Troporiz e Lapela, no concelho de Monção, distrito de Viana do Castelo.

No total, estas três ocorrências englobavam a essa hora no seu combate 660 operacionais, 190 meios terrestres e 11 meios aéreos.

O incêndio que desde domingo lavra em Samardã, Vila Real, era o que mobilizava mais meios, entre os quais 462 operacionais, 135 veículos de combate e sete meios aéreos, incluindo os dois aviões que a Grécia enviou para Portugal ao abrigo do mecanismo de ajuda europeia. Este fogo mantém-se com três frentes, uma das quais ainda a causar problemas, no Alvão, e duas em consolidação.

No teatro de operações deste fogo, foram assistidos no domingo cinco operacionais e um civil, todos classificados como feridos ligeiros.

De acordo com André Fernandes, ainda não é possível fazer um balanço de área ardida, mas até hoje de manhã arderam cerca de 4,5 mil hectares do Parque Natural do Alvão.

Também em Vila Real, o fogo em Mesão Frio envolvia 82 operacionais, 21 veículos e três meios aéreos pelas 12:00, e, em Viana do Castelo, o incêndio em Monção tinha no seu combate 116 operacionais, 34 veículos e um meio aéreo.

Segundo o representante, "são incêndios complicados, não só pela sua dimensão, mas também pela aérea em que se desenvolvem", esperando-se muito trabalho para esta tarde devido ao agravamento do tempo quente, baixa humidade e rotação do vento de este para oeste prevista para o distrito de Vila Real e à intermitência do vento de quadrante norte ou quadrante oeste prevista para Viana do Castelo, "que vai dificultar o combate".

Para estes fogos no norte do país estava disponível um reforço total de 801 operacionais repartidos por diferentes tipologias, dos quais 672 bombeiros.

Outras 18 ocorrências significativas estavam àquela hora em fase de resolução, conclusão ou vigilância ativa por 1.387 operacionais, 457 meios terrestres e três meios aéreos para evitar reativações.

Nos últimos três dias foram registadas 215 ignições de incêndios rurais, que foram combatidos por 8.034 operacionais e localizados sobretudo nos distritos do Porto (29 ocorrências), Braga (10) e Vila Real (10), Lisboa (nove) e Viseu (oito).

Devido a um pico de calor, Portugal está em situação de alerta até às 23:59 de terça-feira e hoje será feita uma reunião para avaliar se a situação se manterá de quarta-feira em diante.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) colocou hoje em risco máximo de incêndio mais de 100 concelhos dos distritos de Bragança, Vila Real, Porto, Aveiro, Viseu, Coimbra, Leiria, Guarda, Castelo Branco, Santarém, Portalegre e Faro.

Dezenas de outros concelhos de todos os distritos de Portugal continental estão em perigo muito elevado e elevado de incêndio rural.

Segundo o instituto, o perigo de incêndio rural vai manter-se elevado em algumas regiões do continente, pelo menos, até sexta-feira.

O perigo de incêndio, determinado pelo IPMA, tem cinco níveis, que vão de reduzido a máximo, e os cálculos são obtidos a partir da temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.