Balanço de cheias repentinas na China sobe para 23 mortos
Uma inundação repentina ocorrida esta semana no oeste da China provocou 23 mortos e oito pessoas continuam desaparecidas, segundo um novo balanço divulgado hoje pela agência oficial Xinhua.
O balanço anterior era de 16 mortos e as equipas de socorro encontraram 23 pessoas que tinham sido dadas como desaparecidas.
Uma tempestade súbita provocou um deslizamento de terras, que desviou o caudal de um rio, na noite de quarta-feira, informou a televisão estatal CCTV.
A enchente afetou uma área com mais de 6.000 pessoas e mais de 1.500 casas na vila de Datong, de acordo com a mesma fonte.
As autoridades declararam uma emergência de nível 2, o segundo mais alto dos quatro níveis do sistema de aviso de cheias da China.
Mais de 600 bombeiros e equipas de resgate foram mobilizados para procurar sobreviventes, segundo as autoridades locais.
As inundações mataram dezenas de pessoas e deixaram mais de um milhão de desalojados em províncias como Hunan, Sichuan e Gansu desde o início do verão, segundo dados citados pela agência espanhola EFE.
A China sofreu várias inundações este verão, ondas de calor extremo e seca.
A imprensa estatal descreveu a onda de calor e a seca como as mais graves desde que há registos, há 60 anos.
Na quinta-feira, as autoridades emitiram o primeiro alerta nacional devido à seca este ano, e mobilizaram equipas especializadas para proteger plantações do calor extremo no vale do rio Yangtzé.
Na escala de Pequim, o amarelo é o terceiro nível de alerta mais grave.
Cerca de 66 rios em 34 aldeias do sudoeste da China secaram devido ao calor extremo e à escassez de chuva.
Os níveis de precipitação caíram 60% este ano, em comparação com os padrões sazonais, informou a televisão estatal CCTV na segunda-feira.
O Centro Meteorológico Nacional da China renovou, na sexta-feira, o seu alerta vermelho para altas temperaturas, o nível máximo, somando assim 30 dias consecutivos de alertas.
Os meteorologistas disseram que a atual onda de calor só começará a diminuir em 26 de agosto.
Segundo dados do Ministério de Emergências chinês, as altas temperaturas de julho causaram perdas económicas diretas de 2.730 milhões de yuans (397 milhões de euros) e afetaram 5,5 milhões de pessoas.
A principal agência de recursos hídricos do país disse em comunicado, na quarta-feira, que a seca em toda a bacia do rio Yangtzé está a "afetar negativamente a segurança da água potável da população rural e do gado, e o crescimento das colheitas".
Esta seca invulgar em algumas zonas do centro da China, acompanhada por uma onda de calor sem precedentes, provocou a suspensão da atividade em várias fábricas, devido ao aumento da procura de energia para o ar condicionado das populações.
Causou também uma redução da produção, face à escassez de água nos reservatórios, em regiões dependentes de energia hidroelétrica.