Entrega de quatro novos navios para a Transtejo
A entrega dos quatro primeiros navios da nova frota elétrica da Transtejo, que assegura ligações fluviais entre a Margem Sul e Lisboa, está prevista para o período entre dezembro deste ano e junho de 2023, segundo a empresa.
Em resposta a questões da agência Lusa, a administração da Transtejo-Soflusa explica que dos 10 navios elétricos, que representam um investimento de 52,4 milhões de euros, quatro estão previstos ser entregues "entre dezembro de 2022 e junho de 2023", outros quatro "chegarão até final do ano de 2023 e os últimos dois navios, que completam o projeto, serão recebidos em 2024".
De acordo com a empresa, a entrada ao serviço dos novos navios elétricos "ocorrerá após a sua chegada e a formação das respetivas tripulações".
Devido a greves de trabalhadores ou avarias têm-se verificado constrangimentos nas ligações fluviais nos últimos meses, com a supressão de carreiras.
Os trabalhadores da Transtejo estiveram em greve parcial em cada turno de serviço entre o dia 12 e sexta-feira, tendo sido suprimidas várias carreiras, sobretudo nos horários de ponta da manhã e da tarde.
Em julho, uma avaria técnica inesperada do 'ferry' que opera na ligação fluvial Trafaria--Porto Brandão--Belém, levou à suspensão do serviço durante uma semana.
Apesar dos constrangimentos, a empresa diz que tanto a Transtejo como a Soflusa têm "assegurado as suas obrigações contratuais" no âmbito do contrato de serviço público.
Segundo a administração, em 2021, a taxa de cumprimento de horários, que resulta da comparação entre o número de carreiras realizadas com atraso e o número total de carreiras realizadas, foi de 99,5% na Transtejo e de 99,8% na Soflusa.
Já no primeiro trimestre de 2022, verificou-se um cumprimento de horários de 99,7% na Transtejo e de 99,9% na Soflusa.
Em meados de outubro de 2020, a Transtejo tinha adjudicado ao estaleiro espanhol Astilleros Gondán, S.A. a aquisição de 10 navios totalmente elétricos, a partir de 2022.
O contrato para a construção das 10 embarcações, para reforçar a oferta de transporte fluvial na Área Metropolitana de Lisboa, foi assinado entre a Transtejo e os estaleiros espanhóis em janeiro de 2021, estando, inicialmente, previsto que pudessem ser entregues em abril de 2022.
Na altura, a empresa de transporte fluvial considerou tratar-se de um investimento "numa frota de navios ambientalmente sustentável, dotada de um sistema de propulsão 100% elétrico, com consumos energéticos inferiores aos dos navios atuais e sem emissões de GEE [em 2019, o consumo de gasóleo foi de cerca de 5,249 milhões de litros, correspondente à emissão de 13.122 toneladas de CO2]", indo ao encontro das políticas para a descarbonização.
Em 08 de outubro de 2020, o então ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, que tutelava os transportes urbanos, destacava o transporte de "19 milhões de passageiros por ano movidos exclusivamente a eletricidade", o que constituia "a maior operação do mundo" deste género.
A Transtejo-Soflusa registou uma evolução positiva do número de passageiros transportados entre 2013 e 2019, passando de 15,2 milhões para 19,3 milhões, registando-se nos dois anos seguintes, marcados pela pandemia de covid-19, uma redução significativa: 10,7 milhões transportados em 2020 e 10,6 milhões em 2021.
A Transtejo assegura as ligações fluviais a Lisboa a partir de Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão, enquanto a Soflusa liga o Barreiro ao Terreiro do Paço, em Lisboa.
Atualmente, de acordo com a empresa, a Transtejo - Soflusa tem 429 trabalhadores no seu quadro de pessoal, dos quais 242 (56%) são trabalhadores marítimos.