Biden apoiará Kiev "pelo tempo que for necessário"
O Presidente norte-americano, Joe Biden, deixou ontem claro que continuará a apoiar a Ucrânia na defesa do seu país "pelo tempo que for necessário", direcionando mais 775 milhões de dólares (772 milhões de euros) para ajuda militar a Kiev.
Em comunicado, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, sublinhou que Biden está determinado a continuar a ajudar o povo ucraniano a defender-se das investidas russas, num momento em que a guerra se aproxima dos seis meses de duração.
"Como parte desses esforços, de acordo com uma delegação de autoridade do Presidente, hoje autorizo o nosso 19.º levantamento desde setembro de 2021 de armas e equipamentos dos Estados Unidos da América (EUA)", anunciou Blinken.
Essa ajuda no valor de 775 milhões de dólares "inclui armas, munições e equipamentos adicionais dos estoques do Departamento de Defesa dos EUA, equipamentos esses que as forças da Ucrânia usaram com tanta eficácia para a defesa do seu país".
Este pacote eleva a assistência dos EUA à Ucrânia para aproximadamente 10,6 mil milhões de dólares (10,5 mil milhões de euros) desde o início do atual executivo, informa a nota.
"A coragem e a força dos militares e povo da Ucrânia são extraordinárias, e os Estados Unidos continuarão a fornecer sistemas e capacidades adicionais para a Ucrânia. Essas capacidades são cuidadosamente calibradas para fazer a maior diferença no campo de batalha e fortalecer a posição da Ucrânia na mesa de negociações", conclui o comunicado do Departamento de Estado.
Apesar de o comunicado não detalhar o tipo armamento que será enviado para a Ucrânia, dois funcionários do executivo norte-americano, sob a condição de anonimato, indicaram que essa ajuda militar inclui obuses e munições, incluindo mísseis Javelin que os militares ucranianos vêm usando contra as forças invasoras russas, e 'drones' portáteis Scan Eagle, que são lançados por uma catapulta e podem ser recuperados.
Esta última ajuda ocorre quando a guerra da Rússia contra a Ucrânia está prestes a atingir a marca de seis meses.
Durante os últimos quatro meses do conflito, a Rússia concentrou-se na região do Donbass, no leste da Ucrânia, em grande parte controlados por separatistas pró-Moscovo.
As forças russas obtiveram alguns ganhos incrementais no leste, mas também foram colocadas na defensiva noutras regiões, à medida que a Ucrânia aumenta os seus ataques, nomeadamente na península ocupada da Crimeia, no Mar Negro.
Nove aviões de guerra russos foram destruídos na semana passada numa base aérea na Crimeia em ataques que destacaram a capacidade dos ucranianos de atacar profundamente atrás das linhas inimigas.