ONU anuncia extensão de cessar-fogo no Iémen por mais dois meses
A ONU anunciou hoje a extensão por "mais dois meses" das tréguas em vigor no Iémen, com a esperança de "intensificar" as negociações para alcançar uma paz mais "duradoura" neste país, devastado por quase oito anos de guerra.
Enfrentando uma das piores crises humanitárias do mundo, o país mais pobre da Península Arábica é devastado por um conflito entre forças governamentais, apoiadas por uma coligação militar liderada pela Arábia Saudita desde 2015, e pelos rebeldes Huthis, apoiados pelo Irão, rival de Riade na região.
"Tenho o prazer de anunciar que as partes concordaram em prolongar as tréguas, nas mesmas condições, por mais dois meses, de 2 de agosto de 2022 até 2 de outubro de 2022", disse o enviado da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Iémen, Hans Grundberg.
O cessar-fogo "inclui o compromisso das partes em intensificar as negociações para alcançar um acordo de tréguas alargado o mais rapidamente possível", adianta ainda em comunicado.
Em 2 de abril, um cessar-fogo de dois meses foi observado no Iémen e, em seguida, prolongado por um período idêntico em 2 de junho, dando ao Iémen uma rara pausa. Tal como em junho, o anúncio da renovação desse cessar-fogo foi feito no mesmo dia em que o período anterior chegava ao fim.
"O principal objetivo das tréguas atuais continua a ser proporcionar um alívio aos civis e criar um ambiente propício a uma solução pacífica do conflito através de um processo político abrangente", referiu Grundberg.
Segundo a ONU, a guerra no Iémen deixou centenas de milhares de mortos e milhões de deslocados, com dois terços da população a precisar de ajuda humanitária, incluindo o risco de fome em larga escala.
Na segunda-feira, várias organizações humanitárias locais e internacionais que trabalham no Iémen tinham apelado para que a trégua fosse renovada por um período mais longo de "seis meses ou mais".
Segundo eles, o cessar-fogo permitiu, em quatro meses, reduzir "consideravelmente" o número de vítimas civis e facilitar o fornecimento de combustível, o que levou a um "bom funcionamento dos serviços públicos".