Mundo

Manifestações rivais em Bagdad agravam crise política no Iraque

None

Os rivais políticos de Moqtada Sadr manifestaram-se hoje aos milhares em Bagdad, enquanto apoiantes do poderoso líder xiita prosseguem a ocupação do Parlamento, demonstrando as profundas divisões políticas no Iraque.

A tensão agravou-se após a rejeição por Sadr do candidato ao cargo de primeiro-ministro apresentado pelos seus adversários das fações xiitas pró-Irão que formam o influente Quadro de Coordenação.

A crise não deixou de se agravar desde as legislativas de outubro de 2021. Meses de disputas e desacordos políticos entre os partidos não permitiram eleger um novo Presidente ou um chefe de Governo.

Sadr demonstrou ser capaz de mobilizar multidões para fazer avançar os seus homens, e por duas vezes e no espaço de poucos dias os seus apoiantes invadiram o Parlamento e instaram-se no local desde sábado.

Hoje foi a vez dos seus adversários, com milhares de manifestantes a desfilarem numa avenida que conduz à Zona verde, o setor de alta segurança onde se concentram as instituições governamentais, e onde se encontra o Parlamento.

"O povo não permitirá um golpe de Estado", indicavam diversos cartazes erguidos pelos manifestantes, que também agitavam bandeiras iraquianas.

A polícia utilizou canhões de água para afastar quem tentou aproximar-se de um ponto que conduzia à Zona verde, indicaram as agências internacionais.

Sadr parece agora tentar pressionar os seus adversários para que lhe concedam a tarefa de formar um Governo, e após ter ordenado a demissão em junho dos seus 73 deputados.

Antes desta demissão, os seus eleitos representavam o primeiro bloco num Parlamento com 329 deputados.

No domingo, Sadr apelou a todos os iraquianos para aderirem ao protesto, ao detetar "uma ocasião extraordinária para uma alteração fundamental do sistema político".

Pelo contrário, o Quadro de Coordenação detetou neste apelo "um golpe de Estado" contra as instituições.