As imagens que falam
Nas memórias do DIÁRIO lê-se que Jorge Figueira da Silva aderiu ao futuro
Boa noite!
Neste Dia Mundial da Fotografia quero agradecer aos que se dedicam à arte de captar momentos e expressões, sejam amadores ou profissionais, por nos proporcionarem viagens pelos encantos que brotam da imagem.
Não subscrevo a perspectiva redutora que esta vale mais do que mil palavras, como se ambas se anulassem ou brigassem. Complementam-se, como comprovam as boas histórias, mesmo que isoladamente tanto fotografias, como letras, possam ser esplendorosas. Conjugá-las é um desafio que obriga quem é profissional da informação a ser criterioso e generoso, a dosear a escrita quando quase tudo a imagem diz ou a puxar pela ilustração quando o equilíbrio corre perigo.
Um exercício a que Jorge Figueira da Silva, que foi director do DIÁRIO entre 1989 e 1994, não terá sido alheio. Deixou-nos esta semana, mas a sua marca perdurará. Nas memórias da sua entrega à grande causa da informação lê-se que “rodeando-se de uma equipa de profissionais do jornalismo, sobremodo influentes e actuantes no específico terreno da Região, essa direcção do DN procurou em cada edição ganhar o equilíbrio da sua capacidade de informar e de formar os leitores madeirenses”. Mas também que aderiu ao futuro, “ao investir nas novas tecnologias e a procurar rentabilizá-las ao máximo, teima em valorizar a sua capacidade editorial, em fortalecer a relação com os seus leitores, assinantes e anunciantes, em expandir-se com maior regularidade às denominadas zonas rurais, em enriquecer o diálogo com todas as comunidades de emigrantes sedeadas na 'estranja', em defender o desenvolvimento pelo bem-estar das populações da Região, em escalpelizar problemas vários, denunciar com prova os anticorpos sociais, respeitar e assumir os valores da democracia e da liberdade”.
Do seu tempo sobra um jornal que ganhou cor e, comprovadamente, estima acrescida. Também porque focado na missão inicial e duradoura, a de pugnar pelos superiores interesses do povo madeirense.
Mesmo a cores, neste jornal os profissionais com alma tentam pôr sempre preto no branco. Quando dão nome às coisas, rosto às notícias e esperança a quem nem sempre acredita no futuro. E quando deixam a fotografia falar. Que descanse em paz.