Faleceu Jorge Figueira da Silva, antigo director do DIÁRIO
Jorge Figueira da Silva, que foi director do DIÁRIO entre 1989 e 1994, faleceu ontem na sua residência, com 88 anos.
Nascido a 12.8.1934, foi advogado, jornalista, administrador bancário, autarca e dinamizador de causas sociais.
No seu primeiro editorial, publicado a 9 de Janeiro de 1989 no DIÁRIO, Jorge Figueira da Silva, preconizou uma actividade "sempre orientada sob o signo do diálogo", empenhado em melhorar a qualidade do jornal, o que viria a ser conseguido já que em 1993, o DIÁRIO passa por uma nova
remodelação. "Os sinais dos tempos, a evolução do Jornalismo e dos Jornais,
impunham uma nova ordem. Pela mão de um dos mais prestigiados “designers”
gráficos internacionais, o norte-americano Mário Garcia, a estrutura de página
é totalmente mudada, incluindo a nova imagem corporativa, agora já a cores", lê-se na resenha feita pelo editorialista Rui Dinis Alves.
Na edição de 11 de Outubro de 2005, demos nota de algumas das suas memórias, o empenho da sua equipa de trabalho e o amor à camisola com que toda a gente - “desde o simples contínuo” - trabalhava na EDN.
“As minhas memórias vão para jornalistas de grande qualidade”, sintetizou na altura o ex-director, falando-nos também de alguns momentos que o marcaram. Dos vários acontecimentos, deixou vir ao de cima alguns inesquecíveis. Foi no seu mandato que teve lugar o derrame de crude junto à ilha do Porto Santo e, que em 1993, se registou uma grande inundação no centro da cidade do Funchal.
Entre as notícias que mais relevo o DIÁRIO deu, destacou a visita do Papa João II, em Maio de 1991, e o célebre julgamento do padre Frederico. Contou-nos que o caso do Padre Frederico foi "abalou o povo madeirense” e, sublinhou que acompanhou a par e passo todos os desenvolvimentos. “Lembro-me que no dia do julgamento fiquei até à meia-noite no DIÁRIO para que saísse com precisão a sentença”, referiu.
Do seu mandato recorda a publicação de várias crónicas sobre a natureza e o ambiente, da autoria de Raimundo Quintal, que tiveram bastante impacto junto da população madeirense.
Jorge Figueira da Silva contou-nos, ainda, que foi também na sua direcção que se deu a maior reforma gráfica do DIÁRIO: o jornal mudou o logotipo, alterou o tamanho e passou a ser a cores. Destacando ainda a dedicação do chefe de redacção da altura (Luís Calisto, também já falecido), Jorge Figueira da Silva classificou Richard Blandy como “um grande gestor e administrador do DIÁRIO”.
Jorge Figueira da Silva deixa a a direcção do DIÁRIO a 4 de Janeiro de 1994. José Bettencourt da Câmara, então director-geral
da empresa, assume totalmente o projecto, sendo nomeado director editorial, em
simultâneo com as funções de director-executivo.
À família enlutada, o DIÁRIO apresenta sentidas condolências.