Estudos estão em curso sobre mutações genéticas no vírus Monkeypox
A Organização Mundial da Saúde (OMS) indicou que estudos decorrem para determinar se mutações genéticas no vírus Monkeypox estão na origem da propagação rápida da infeção, considerada desde 23 de julho uma emergência de saúde pública internacional.
A OMS justificou à agência noticiosa AFP, na quarta-feira, que "há algumas diferenças genéticas entre os vírus da epidemia atual e os vírus mais antigos" de uma sublinhagem da África Ocidental (IIb).
Os vírus Monkeypox desta sublinhagem foram identificados como estando na origem da epidemia mundial atual.
"Estudos estão em curso para estabelecer os efeitos (se houver) das mutações sobre a transmissão e a gravidade da doença", referiu a OMS à AFP.
Segundo a OMS, "ainda é cedo para dizer se o aumento das infeções é devido a alterações genéticas observadas no vírus ou a fatores relacionados com o hospedeiro", no caso os humanos.
A agência da ONU avançou na quarta-feira que o número de contágios pelo vírus Monkeypox em todo o mundo aumentou 20% na última semana, em que foram contabilizados 7.500 novos casos.
De acordo com o balanço feito pela OMS, em conferência de imprensa, o total de contágios desde o início do surto (em maio) ultrapassa os 35 mil e a doença provocou 12 mortes.
Com casos registados em 92 países, o vírus circula quase exclusivamente na Europa e na América e quase todos os contágios são identificados em homens que praticam sexo com outros homens.
Segundo as estatísticas mais recentes, Portugal é o sexto país da Europa com mais casos, 770. Os primeiros cinco foram confirmados em 03 de maio e a vacinação dos primeiros contactos próximos de infetados foi iniciada em 16 de julho.
De acordo com a Direção-Geral da Saúde, os sintomas mais comuns da infeção são febre, dor de cabeça intensa, dores musculares, dor nas costas, cansaço, aumento dos gânglios linfáticos com o aparecimento progressivo de erupções que atingem a pele e as mucosas.
Uma pessoa que esteja doente deixa de estar infecciosa apenas após a cura completa e a queda de crostas das lesões dermatológicas, período que poderá, eventualmente, ultrapassar quatro semanas.
O vírus pode ser transmitido através de contacto físico próximo, nomeadamente com as lesões ou fluidos corporais, ou por contacto com roupa de cama, atoalhados ou utensílios de uso pessoal contaminados.