Permitir discurso de ódio na AR
Transcrevo do sítio da Agência Lusa, com a devida vénia:
«Permitir discurso de ódio na AR seria pior maneira de respeitar 25 de Abril – Santos Silva
10 de Agosto de 2022
O presidente da Assembleia da República considerou hoje que permitir discursos de ódio no parlamento seria a “pior maneira de respeitar o 25 de Abril de 1974” (…).»
O presidente da Assembleia da República veio publicamente reconhecer que em Portugal, na actual temporada de indecorosa Partidocracia, se há criado uma nova modalidade de respeitar instituições, pessoas e memórias de datas importantes do historial pátrio: o discurso de ódio.
E nem importa questionar se é pior ou melhor maneira de respeitar seja lá o que for. Visto que Sua Excelência na declaração que fez admitiu, implicitamente, que o discurso de ódio poderia, eventualmente, ser uma das maneiras de respeitar o 25 de Abril – só faltando apurar se a melhor ou razoável maneira, alternativa da mencionada pior.
Bem analisada a questão, conclui-se que o discurso de ódio terá sido enraizado no país, sendo inequívoca demonstração da existência de um Portugal submerso no fatídico pântano a que aludiu o famoso António de Oliveira Guterres. E que nele, qual país do Terceiro Mundo, prossegue um fedorento curso de degenerescência moral e de depravação cívica inadmissível num Estado de Direito e incompatível com uma Nação civilizada.
Uma dramática e desonrosa situação de Portugal, o quinto Estado mais antigo da Europa e que nos séculos XV e XVI foi uma importante potência de projecção mundial.
Brasilino Godinho