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Mais de mil quilos de cocaína aprendidos pela PJ no Porto dissimulados em tijoleiras

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Foto DR

Os 1.110 quilos de cocaína que a Polícia Judiciária (PJ) apreendeu no Grande Porto numa carga proveniente de um país sul-americano estava dissimulada em tijoleiras de cerâmica, revelou hoje o coordenador de investigação criminal da PJ do Porto.

Em conferência de imprensa, Avelino Lima explicou que a droga vinha no interior de blocos de tijoleiras de cerâmica que foram recortadas para esse efeito e, posteriormente, embrulhadas em papel químico.

"As primeiras tijoleiras estavam inteiriças e, as seguintes, recortadas para suportar a cocaína no seu interior", ressalvou.

A droga, com elevado grau de pureza, seria suficiente para a produção de mais 11.100.000 doses individuais.

A carga, oriunda de um país sul-americano que o coordenador de investigação criminal não quis divulgar, chegou ao porto de Leixões a 08 de agosto, dia a partir do qual a mesma e os suspeitos de tráfico de droga começaram a ser monitorizados permanentemente.

Esta começou a ser vigiada depois da Autoridade Aduaneira do porto de Leixões ter detetado que, a mesma, continha droga no seu interior, vincou.

A operação da PJ culminou, nesta terça-feira, com a detenção em flagrante delito de seis homens, dois dos quais de nacionalidade estrangeira, quando recolhiam a encomenda numa empresa situada numa localidade a cerca de 20 a 30 quilómetros do Grande Porto, sublinhou Avelino Lima.

A empresa em causa ligada ao setor das cerâmicas e madeiras terá sido fundada há cerca de quatro anos por um dos agora detidos, mas nunca terá exercido a atividade empresarial, sustentou.

"Estamos convictos de que não seria a primeira entrada em território nacional de droga", disse.

O coordenador de investigação criminal da PJ do Porto acredita que os 1.110 quilos de cocaína não sejam exclusivamente para o mercado nacional.

Os seis detidos, com idades entre os 32 e 48 anos e com antecedentes criminais pela prática de pequenos ilícitos, estão a ser ouvidos no Tribunal de Matosinhos, no distrito do Porto.

Por seu lado, o diretor adjunto na Alfândega de Leixões - Autoridade Tributária e Aduaneira, Carlos Vicente, esclareceu que a carga em causa foi selecionada para passar pelo scanner por cumprir os "critérios de risco" definidos que, por motivos de segurança, não quis revelar quais são.

Depois dessa vistoria verificaram que a carga estava "contaminada", frisou.

Para além da droga foram apreendidos três automóveis, dinheiro em notas do BCE, USD e Reais e diversos artigos relacionados com a atividade ilícita.