Neta de Mussolini diz que não se candidata por Irmãos de Itália
Uma das netas de Mussolini, Rachele Mussolini, vereadora de Roma pelo partido "pós-fascista" Irmãos de Itália, liderado por Giorgia Meloni, declarou hoje que não se candidatará às eleições de 25 de setembro para não embaraçar o partido.
A filha de 48 anos do filho pianista de jazz do ditador fascista italiano Benito Mussolini obteve o maior número de votos de todos os candidatos às eleições autárquicas do ano passado na capital italiana, mais de 8.600.
Contudo, em declarações à agência de notícias italiana ANSA, Rachele Mussolini disse que, apesar de ter sido convidada -- embora não pelo partido -, decidira não se candidatar, por causa do seu apelido "embaraçoso", que poria o partido Irmãos de Itália (FdI) à defesa, numa altura em que Meloni novamente condenou o fascismo.
"Se eu fosse candidata, o partido teria de defender-se e ficaria em dificuldades", afirmou a vereadora, que tem o mesmo nome da mulher de Benito Mussolini (líder do Partido Republicano Fascista italiano desde 1919 e primeiro-ministro entre 1922 e 1943.
Meloni enviou na semana passada um vídeo à imprensa estrangeira em inglês, francês e espanhol, no qual defendia que a direita italiana há muito que "tinha passado o Fascismo à história", com as suas "ignominiosas leis contra os judeus", e afirmou que os FdI partilham valores com os conservadores britânicos, os republicanos norte-americanos e o israelita Likud.
A líder dos Irmãos de Itália classificou como irrelevantes os apelos de opositores para abandonar a chama tricolor neofascista do logótipo do partido.
As sondagens mais recentes indicam que Giorgia Meloni, de 45 anos, oriunda de um subúrbio romano de classe operária se tornará a primeira mulher e primeira-ministra "pós-fascista" após as legislativas antecipadas de 25 de setembro.