Rússia acusa força aérea britânica de "provocação deliberada"
A Rússia acusou hoje o Reino Unido de "provocação deliberada" por ter pedido autorização para um voo de reconhecimento sobre território russo, um dia depois de um caça russo ter intercetado um avião militar britânico.
"O Reino Unido apresentou um pedido com um plano de voo de um avião de reconhecimento britânico RC-135 ao longo de uma rota que também atravessa o território da Federação Russa. Consideramos esta ação como uma provocação deliberada", disse o Ministério da Defesa da Rússia num comunicado.
O ministério lembrou que cabe às forças aeroespaciais russas "impedir as violações do espaço aéreo da Federação Russa".
"Todas as consequências possíveis desta provocação deliberada ficarão exclusivamente do lado do Reino Unido", avisou o ministério, citado pela agência russa TASS.
A Rússia acusou um avião RC-135 britânico de ter violado o espaço aéreo russo na península de Kola, junto à fronteira com a Finlândia, na segunda-feira, obrigando à mobilização de um caça MIG-31BM.
O caça russo descolou depois de as forças de defesa aérea no Mar de Brents terem detetado um "alvo aéreo desconhecido que se dirigia para a fronteira do Estado russo", disse o ministério.
As autoridades russas disseram que o avião da força aérea britânica violou a fronteira na zona do cabo Svyatoy Nos, no Ártico.
O avião foi forçado a sair do território da Federação Russa pelas "ações da tripulação do caça russo", acrescentou.
Desconhece-se qualquer reação das autoridades britânicas a estas denúncias russas.
Desde o início da ofensiva militar russa na Ucrânia, em 24 de fevereiro deste ano, o Reino Unido tem sido um dos principais aliados de Kiev, fornecendo-lhe armas pesadas e assistência financeira.
A península de Kola fica a algumas centenas de quilómetros da Finlândia, que em breve se juntará à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), tal como a Suécia, após o bloco ter aprovado a sua adesão numa cimeira em Madrid, no final de junho.
A Rússia tem acusado a NATO de aumentar perigosamente a sua presença aérea perto das suas fronteiras, especialmente na região do Báltico e do Ártico.