Da Serra ao Mar
Certamente que as intervenções terão o apoio da maresia com a sua pitada de sal a tornar tudo mais saboroso
Há alguns anos que o partido Socialista/Madeira organiza a sua festa anual, com exceção dos anos da Pandemia e também de alguns anos que os respetivos líderes resolveram não a realizar.
Se a memória não me falha a primeira grande festa organizada pelo PS/M, foi no Chão da Ribeira, na mais linda Terra do Norte, a freguesia do Seixal, no tempo em que era líder do partido o Dr. Mota Torres. Não preciso bem o ano, mas sou capaz de jurar que foi na década de noventa do Século passado. Apesar do tempo invernoso, pois estávamos no Inverno, o Chão da Ribeira pintou-se de rosa, tantas eram as pessoas, militantes e simpatizantes do Partido Socialista que aí compareceram. Esteve presente o camarada António Vitorino em representação dos órgãos nacionais do Partido Socialista. Houve festa, da rija, com artistas convidados, da Madeira e do continente, com barracas de comes e bebes, além da tradicional espetada. Recordo-me que coube-me abrir as intervenções, por volta das três da tarde, e chamei à freguesia do Seixal, onde, como muito orgulho nasci, TERRA DE LIBERDADE, pois era a única freguesia do Norte que era governada por socialistas.
A Fonte do Bispo foi o local que atraiu mais militantes e simpatizantes do Partido Socialista.
Um grande espaço com árvores da Laurissilva à sua volta, que proporcionavam a tão necessária sombra e no seu centro foi montado um grande palco. Nas festas de outros partidos, em especial dos partidos do poder, as pessoas ficam à sombra uns dos outros, especialmente dos governantes, que sombreiam todo o espaço à sua volta. Estiveram por aqui várias figuras nacionais e regionais do PS, juntamente com muita animação com conjuntos musicais e bandas, barracas de venda de artigos regionais e as tradicionais barracas de comes e bebes, onde toda a gente envolvida fazia o seu negócio. Os dirigentes partidários visitavam todas as barraquinhas de comes e bebes ou não, de espetadas ou de churros. Era um autêntico arraial popular onde ninguém era obrigado a comparecer porque marcavam presença de livre vontade e não para pagar uns favorzinhos ou com medo de represálias nos seus empregos de funcionários públicos. Eram dezenas de “horários” que transportavam as pessoas das freguesias que livremente escolhiam a sua presença na festa do seu partido.
As intervenções políticas eram sempre livremente aplaudidas e não com medo que os fiscais do poder pudessem reparar. Era um piquenique gigante, no meio da natureza, onde não só se respirava o ar puro, como também se limpava o cérebro e a alma das intoxicações dos jornais, rádios e televisões que diariamente invadiam aqueles órgãos de comunicação social, tal como agora acontece. Eram intervenções feitas no sentido de esclarecer e de ajudar a formação política de quem ouvia. O objetivo não era combater os governos do PPD do continente, como agora acontece com os ataques aos Governos da República, com o objetivo de desviar atenções das péssimas governações do atual Governo Regional, esquecendo-se que apesar de não aproveitarem a autonomia que temos para governar melhor com prioridades mais corretas, com a baixa de impostos, em que nos Açores a sua população poupa mais do que um ordenado por ano em relação à Madeira, com um desenvolvimento, tanto da Madeira, como do Porto Santo, mais consentâneo com as necessidades das suas gentes, etc…
Este ano os dirigentes regionais do PS/M decidiram optar pela vizinhança do mar e escolheram a Madalena do Mar, que terá menos gente até porque o espaço de festa e de intervenções políticas, assim como o estacionamento é muito menor. Foi escolhido um Concelho Socialista, o da Ponta do Sol, numa terra de banana de alta qualidade, sendo o produto que se envia para fora da Região, que gera mais rendimento ao agricultor, apesar de estar a ser gerido por um MONOPÓLIO á moda dos países comunistas, em que o produtor não tem qualquer tipo de voz ativa. É o come e cala-te!!!
Certamente que as intervenções terão o apoio da maresia com a sua pitada de sal a tornar tudo mais saboroso, que pode ser perigosa para os que sofrem de tensão alta, como acontece com os partidos do poder regional. Esperemos que o recinto seja demasiado pequeno para tanta gente, que a animação seja grande e que decorra como sempre correu com civismo, muita educação e com muita alegria natural com sorrisos livres e não amarelos.