Marinha impede trasfega de crude em águas da Madeira
O navio patrulha da Marinha Portuguesa 'Mondego' impediu, este domingo, 15 de Agosto, a trasfega de crude entre navios na Zona Económica e Exclusiva da Madeira.
De acordo com o comunicado remetido pelo Gabinete de Comunicação da Marinha, "na monitorização diária que o Centro de Operações Marítimas da Marinha efectua ao espaço marítimo de interesse nacional, zelando pelos interesses de Portugal, detectou este domingo o movimento suspeito de dois navios petroleiros dentro das águas sob jurisdição nacional".
O NRP Mondego ter-se-á, então, dirigido para o local, "a cerca de 200 milhas náuticas, o equivalente a mais de 370 quilómetros, da ilha da Madeira", para "efectuar a interação dos dois navios-tanques, o 'Cristal Rose' e o 'Natalina 7'.
Segundo a Marinha, ambas as embarcações pertencem ao pavilhão do Panamá, sendo o proprietário das ilhas Marshall e da China, respectivamente.
"Os navios encontravam-se sem seguimento, perto do limite Noroeste da Zona Económica Exclusiva da Madeira" e "aparentavam um padrão de navegação que indiciava preparativos para a prática de abastecimento no mar e trasfega de crude entre navios, tendo o NRP Mondego aproximado e estabelecido comunicações com os mesmos", explica a nota.
Ainda de acordo com a mesma fonte, "o 'Cristal Rose' assumiu que se encontrava a aguardar instruções para realizar a actividade de trasfega de crude, tendo-lhe sido comunicado que Portugal, ao abrigo da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, não autoriza a realização actividades de reabastecimento na Zona Económica Exclusiva nacional, pois acarretam um risco potencial para a ocorrência de poluição no mar".
O navio, após interpelado, comunicou que se iria afastar da ZEE e deslocar-se para Gibraltar, tendo a Marinha mantido o acompanhamento deste movimento para assegurar o cumprimento das normas estabelecidas.
Já o 'Natalina 7', que se encontrava a cerca de 50 milhas do primeiro foi igualmente interceptado pelo NRP Mondego, tendo-lhe sido comunicado igualmente as regras estabelecidas dentro da ZEE nacional. O navio após ter sido avisado saiu das águas de jurisdição portuguesas, mantendo um rumo Oeste, encontrando-se actualmente fora ZEE na Madeira.
Recorde-se que o Estado português, através da Marinha Portuguesa, garante o cumprimento da lei nos espaços marítimos sob soberania ou jurisdição nacional, pelo que "não permite o desenvolvimento deste tipo de actividades na Zona Económica Exclusiva, atendendo ao risco de derrame de hidrocarbonetos que acarreta".