Madeira

“Miguel Albuquerque não sabe o significado da autonomia”

Miguel Brito afirma que “o Partido Socialista não está focado nos discursos dos militantes do PSD no comício, está, sim, focado em criar um programa que vá ao encontro das necessidades da população.”

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O vereador da Câmara Municipal do Porto Santo e deputado da Assembleia Regional, pelo PS-Madeira, Miguel Brito, afirma ao DIÁRIO que “a mensagem de Miguel Albuquerque [na Festa de Verão do PSD/M] demonstra claramente o desleixe total.” Algo que é “compreensível”, tendo em conta que “depois de, em 2015, Miguel Albuquerque vir dizer aos porto-santenses que o Porto Santo estava no seu coração e que a pasta do Porto Santo ficaria na sua tutela, acabou por abandonar completamente o Porto Santo.”

Miguel Brito acredita que o descontentamento dos porto-santenses foi claro em 2019, quando “atribuíram ao PS a maior vitória de sempre na Regionais e nas Nacionais, demonstrando a Miguel Albuquerque que não estavam satisfeitos com o seu modelo de governação.” Para o socialista, o presidente do Governo Regional demonstra desconhecimento em relação aos dossiês do Porto Santo, “tendo em conta que até profere que vão ser realizados voos por uma companhia, que nunca anunciou voos para o Porto Santo, que é a Ryanair.”

No seu discurso, Miguel Albuquerque falou de um PSD autonomista, por um lado, e de um PS centralista, por outro. Miguel Brito considera que o presidente do PSD/M não sabe o significado da palavra autonomia.

Eu julgo que o próprio Miguel Albuquerque não sabe o significado da autonomia. O PSD, e Miguel Albuquerque, devem, de uma vez por todas, assumir que a autonomia não é só gritar alto, não é só continuar a criar esta imagem do inimigo externo. A autonomia é realmente assumir aquilo que são as suas competências, implementar aquilo que são as medidas e as propostas que vão ao encontro daquilo que a população necessita e não é isso que se vê por parte do PSD. O PSD continua a não definir a palavra autonomia como deve de ser e nós, obviamente, não nos revemos nessa forma de estar. O PS tem bem claro nos seu ideais a palavra autonomia e fará de tudo para aplicar a autonomia em pleno, para que as pessoas possam realmente usufruir da mesma, em vez de andarmos a alimentar guerras com todos para que se crie divisões. As divisões que o PSD tanto fala que não deve ser criadas são eles mesmo que criam, para obter resultados eleitorais. Miguel Brito

Assim, afirma que o Partido Socialista não está focado nos discursos de ontem. Está, sim, “focado em criar um programa que vá ao encontro das necessidades da população do Porto Santo e da Madeira, principalmente agora que vem aí uma temporada difícil e precisarão de um novo modelo de desenvolvimento, sustentável ou invés deste modelo que está totalmente esgotado.” Destaca a urgência de novas políticas e apoios em “áreas fundamentais que foram completamente abandonadas pelo PSD, como a educação e a saúde.”

Garantir manuais, alimentação e transportes gratuitos para todos os que precisam de uma edução digna. Na saúde, criar programas de apoio por via da falta de serviço que tem sido preconizado pelo PSD para com o Porto Santo. Não basta propagandear uma Unidade de Saúde Local. É urgente tratar das listas de espera, quando os madeirenses continuam sem ter tempo mínimo de resposta no que diz respeito às cirurgias, às consultas, ao contrário do que acontece no continente. Também no que toca à questão fiscal, vamos continuar a defender uma redução dos escalões do IVA, que consideramos ser uma medida fundamental para potenciar a economia. Miguel Brito

Miguel Brito lamentou, ainda, as intervenções políticas de Roberto Silva e Nuno Batista. O discurso do presidente da Comissão Política do PSD Porto Santo “mostra que continua preso àquela forma de fazer política do passado, de estar focado nos adversários políticos, em denegrir a imagem das forças que representam, também, a população do Porto Santo e que não se revêm neste modelo de desenvolvimento que o PSD tem preconizado.”

O vereador da Câmara do Porto Santo mostrou-se surpreendido com a intervenção do autarca local. “Nós até pensámos que nem fosse intervir neste evento partidário, ele que fui um candidato que foi eleito como independente por uma coligação que é representativa de dois partidos”, elucida, para acrescentar: “Se se tornou militante do PSD aproveitamos para o congratular, mas não o compreendemos, porque em 2018 era completamente contra a estratégia preconizada pelos mesmos responsáveis do partido de agora.”

O socialista lamenta que Roberto Silva e Nuno Batista continuem a “enganar os porto-santenses”, em vez de “estarem preocupados com as adversidades que as famílias e as empresas do Porto Santo atravessam, principalmente devido aos efeitos da crise e do aumento do custo de vida. Quanto a isso, não ouvimos sequer uma palavra”, conclui.