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Trump pressiona para publicação de mandado usado para buscas em Mar-a-Lago

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EPA/JUSTIN LANE

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump exigiu hoje a divulgação "imediata" do mandado federal que o FBI (polícia federal norte-americana) usou para efetuar buscas na sua propriedade em Mar-a-Lago, na Florida.

Horas antes, o Departamento de Justiça já tinha pedido a um tribunal para que o mandado fosse divulgado, com o procurador-geral Merrick Garland a citar o "substancial interesse público neste assunto".

Em mensagens publicadas na sua plataforma Truth Social, Trump escreveu: "Não apenas não me oporei à divulgação dos documentos...como darei um passo mais e encorajarei a imediata exposição desses documentos".

Trump continuou a referir-se às buscas do FBI em Mar-a-Lago como "antiamericanas, injustificadas e desnecessárias".

"Divulguem os documentos agora!", apelou o político republicano.

Trump recebeu pelo menos alguns dos registos que o Departamento de Justiça procurava desvendar, mas o ex-presidente e os seus advogados recusaram-se, até agora, a torná-los públicos.

A decisão de abrir ou não os registos cabe ao juiz Bruce Reinhart, o mesmo magistrado que assinou o mandado de busca.

O pedido do Departamento de Justiça é surpreendente porque tais documentos tradicionalmente permanecem lacrados durante uma investigação em curso.

Contudo, o Departamento parece reconhecer que o seu silêncio desde as buscas criou um vácuo para ataques verbais por parte de Trump e seus aliados, e que o público tem direito a conhecer o lado do FBI sobre o que motivou a ação de segunda-feira na casa do ex-chefe de Estado.

"O claro e poderoso interesse do público em entender o que ocorreu sob essas circunstâncias pesa fortemente a favor da abertura", disse uma moção apresentada num tribunal federal da Florida na quinta-feira.

Se o mandado for divulgado, poderão ser divulgadas informações pouco lisonjeiras sobre Trump e sobre o escrutínio do FBI sobre o seu manuseio de documentos confidenciais do Governo, enquanto o político republicano se prepara para outra candidatura à Casa Branca.

Durante a sua bem-sucedida campanha de 2016, Trump usou como argumento de ataque uma investigação do FBI sobre a sua oponente democrata, Hillary Clinton, também sobre informações confidenciais.

Neste momento, ainda não é claro o tipo e a quantidade de informação que seria incluída nos documentos a serem divulgados.

O Departamento solicitou especificamente a abertura do mandado, assim como um recibo de propriedade identificando os itens que foram apreendidos, juntamente com dois anexos não especificados.

Para obter um mandado de busca, as autoridades federais devem provar a um juiz que existe causa provável para acreditar que um crime foi cometido.

Garland disse que aprovou pessoalmente o mandado, uma decisão que garante não ter sido tomada de ânimo leve, já que a prática padrão, sempre que possível, é selecionar táticas menos intrusivas do que uma busca domiciliar.

Nem Trump, nem o FBI, disseram nada sobre quais documentos o FBI poderia ter recuperado, ou o que os agentes procuravam.

Trump, que há anos critica o FBI e procura semear desconfiança entre os seus apoiantes face às decisões da agência, disse que o mandado foi cumprido e a busca conduzida.