CDU insiste no "Direito à Cidade - Direito a viver no Funchal"
A Deputada Municipal da CDU, Herlanda Amado, apresentou hoje esta manhã na Travessa da Malta, (junto à Casa de Santo António), uma iniciativa política integrada na campanha lançada "Pelo Direito à Cidade", no âmbito da preparação do Dia da Cidade no próximo dia 21 de agosto.
«Os problemas relacionados com a habitação no Funchal, é um problema crescente que afecta cada vez mais famílias do nosso Concelho. Por um lado, a falta de habitação social que ao longo do tempo a Autarquia Funchalense não tem dado a resposta necessária, visto que são milhares as famílias que desesperam por uma habitação condigna. Por outro lado, a impossibilidade de muitas famílias conseguirem arrendar ou comprar uma casa no Funchal. “Viver no Funchal ou no centro do Funchal, não pode ser só para ricos.”
Esta afirmação é feita por muitos dos que se vêm confrontados com a crescente especulação imobiliária, que faz do Funchal um dos Concelhos mais caros do País. Dados divulgados recentemente fazem antever uma crise na área da habitação, tendo em conta o aumento previsto das rendas e o valor por m2 que ultrapassa os mil euros, onde apenas os que têm mais poder de compra conseguirão viver no Funchal.
No local onde nos encontramos é um desses exemplos. Aqui, junto ao Largo do Pelourinho, esta era uma zona habitacional e com gente, mas aos poucos e devido à pressão imobiliária, foram saindo e na base de uma suposta "reabilitação urbana", a verdade é que as habitações construídas são apenas para quem tem um elevado poder de compra, comprovado pelo empreendimento que aqui está a ser construído.
A turistificação de algumas zonas da cidade, através de um modelo errado de reabilitação urbana, tem como consequências a elitização cada vez mais flagrante. E não somos apenas nós que o afirmamos. Os dados sobre a economia imobiliária revelados esta semana, assim o comprovam.
Os Funchalenses têm direito à Cidade! As gentes do Funchal têm o direito a escolher onde viver de acordo com as suas possibilidades. E têm o direito de exigir da Autarquia que assuma realmente uma das competências do poder local democrático, e tenha uma verdadeira política de habitação onde todos têm o direito a viver o Funchal e no Funchal.
É neste contexto que se torna pertinente colocar o direito à cidade como objetivo de uma nova ação política, enquanto componente de uma nova intervenção reivindicativa no Funchal. Porque não há direito à Cidade quando o urbanismo não garante casa na Cidade a quem é do povo.»