Polícia detém 20 suspeitos de instigarem motins mortais na África do Sul
A polícia sul-africana deteve esta quinta-feira 20 pessoas suspeitas de estarem entre os "instigadores" dos distúrbios que resultaram na morte de 350 pessoas em julho de 2021, o pior foco de violência desde o fim do apartheid.
As detenções ocorreram em simultâneo em várias províncias do país, após uma investigação policial sobre o incitamento à violência lançado nas redes sociais durante o período em que ocorreram os motins, explicou a polícia em comunicado.
Os 20 detidos devem comparecer esta sexta-feira num tribunal em Durban (leste), sob acusações de conspiração para cometer violência pública, incitação à violência pública e incitação a fogo posto.
Em julho de 2021, o país passou por uma onda de tumultos e saques em Joanesburgo e na província de Kwazulu-Natal (leste), que matou mais de 350 pessoas.
Inicialmente desencadeada pela prisão do ex-presidente Jacob Zuma, condenado por desacato à justiça, a violência também foi um sinal de um clima social e económico tenso.
A lentidão em levar os envolvidos na organização dos motins à justiça tem despertado frustração dos familiares das vítimas, mas também em muitos sul-africanos, cujo país tem uma das maiores taxas de criminalidade do mundo.
Mais de 8.000 incidentes foram registados pela polícia, resultando em 5.500 detenções, sendo que 2.435 casos ainda aguardam julgamento.