Turquia reúne com Suécia e Finlândia em 26 de Agosto sobre processo de adesão à NATO
Representantes da Turquia, Suécia e Finlândia vão reunir-se a 26 de agosto pela primeira vez no âmbito de uma comissão de acompanhamento para analisar a abordagem dos países nórdicos às condições exigidas por Ancara para ratificar a sua adesão à NATO.
O ministro turco dos Negócios Estrangeiros, Mevlut Çavusoglu, confirmou hoje este encontro durante uma conferência de imprensa em Ancara, na qual também censurou os dois países escandinavos por não terem adotado medidas concretas para cumprir os compromissos que terão assumido.
Inicialmente, a Turquia bloqueou a entrada da Finlândia e Suécia na NATO por considerar que fornecem acolhimento e apoio a ativistas curdos e turcos e cuja extradição é exigida por Ancara.
No entanto, no final de junho e durante a cimeira da NATO em Madrid, os líderes da Aliança Atlântica decidiram iniciar o processo de admissão, após os dois países escandinavos terem chegado a acordo com a Turquia, que suspendeu o seu veto em troca de diversas condições, incluindo a extradição de alegados "terroristas".
A adesão de pleno direito apenas será garantida após a ratificação dos protocolos de adesão pelos 30 Estados-membros.
"A Suécia e a Finlândia ainda não cumpriram o que prometeram, não temos visto que tenham dado passos. Há declarações, dizem que têm a intenção, mas nós pretendemos ver passos concretos, como sempre sublinhámos", disse Çavusoglu.
"Para dar seguimento a estes passos concretos, criámos este mecanismo [um comité conjunto de altos funcionários]. Propusemos reunir-nos em julho, mas não temos pressa... e os países que querem aderir à NATO propuseram agosto. Em 26 de agosto este mecanismo terá a sua primeira reunião", acrescentou.
A Suécia confirmou hoje ter autorizado a extradição de um cidadão turco condenado no seu país de origem a 14 anos de prisão por fraude em 2013 e 2016, a primeira desde que a Turquia aceitou suspender o veto à entrada da Suécia e Finlândia na NATO.
A justiça não confirmou se esta pessoa, em prisão preventiva desde finais de 2021, está incluída na lista entregue a Estocolmo pelo Governo turco, cuja extradição é exigida por Ancara.
O Supremo Tribunal sueco decidiu não existirem obstáculos para a sua extradição, numa situação qualificada de "processo rotineiro" por Morgan Johansson, o ministro da Justiça sueco.