Conferência de doadores garante mais 1.500 milhões de euros para equipamento e treino militar
A conferência internacional de doadores que reuniu 26 países em Copenhaga permitiu arrecadar 1.500 milhões de euros em equipamento e treino para as tropas ucranianas, divulgou hoje o ministro da Defesa dinamarquês.
"Todas as nações participantes prometeram apoio, atividades de treino, desminagem e algumas doações concretas", destacou Morten Bødskov, em conferência de imprensa.
"Estes 1.500 milhões de euros disponibilizados hoje é dinheiro que será usado em 2022 e no próximo ano", acrescentou.
As quantias exatas de doações por todos os 26 países participantes não foram divulgados, mas a Dinamarca anunciou um montante adicional de 114 milhões de euros, elevando para quase 417 milhões de euros o esforço total desde o início da invasão russa da Ucrânia.
O Reino Unido, que foi juntamente com o aliado escandinavo e a Ucrânia o anfitrião do evento, prometeu também 300 milhões de euros.
"Os nossos parceiros sabem que precisamos de fundos e manifestaram-se disponíveis para nos apoiar financeiramente", realçou o ministro da Defesa ucraniano, Oleksiï Reznikov.
"É uma maratona e para uma maratona é necessário energia e, honestamente, neste caso, a principal energia é o dinheiro", atirou ainda.
O grupo de doadores deve reunir-se novamente em meados de setembro.
"Vamos trabalhar na produção concreta de novas peças de artilharia. São linhas de produção que serão abertas quando encontrarmos o financiamento necessário", explicou o ministro da Defesa dinamarquês.
No início da semana, os Estados Unidos anunciaram uma nova ajuda militar à Ucrânia, incluindo mísseis.
O novo pacote de fornecimento de armas à Ucrânia, avaliado em mil milhões de dólares (982 milhões de euros), é o maior dos norte-americanos até hoje, incluindo lança-foguetes, munições e outro armamento proveniente das reservas do Departamento da Defesa.
Este último anúncio eleva para nove mil milhões de dólares (8,8 mil milhões de euros) o total da ajuda militar fornecida à Ucrânia pela administração do Presidente Joe Biden desde a invasão militar russa em 24 de fevereiro.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas de suas casas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de seis milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Também segundo as Nações Unidas, cerca de 16 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que está a responder com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca à energia e ao desporto.
A ONU confirmou que 5.401 civis morreram e 7.466 ficaram feridos na guerra, que hoje entrou no seu 169.º dia, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.