Câmara de Gouveia lamenta duração do fogo e extensão de área ardida
O presidente da Câmara Municipal de Gouveia, Luís Tadeu, lamentou hoje a duração e a extensão de área ardida do incêndio que teve início sábado na Covilhã e que continua a progredir em duas frentes no seu concelho.
"Lamentamos que este incêndio tenha a duração e esta extensão de área ardida, que já ultrapassa os 12 mil hectares na totalidade. Preocupam-nos os prejuízos diretos e indiretos que este incêndio está a causar a todos os que aqui vivem", sublinhou.
Um incêndio lavra desde sábado nos concelhos da Covilhã (distrito de Castelo Branco) e de Manteigas (distrito da Guarda), tendo na tarde de quarta-feira atingido também Gouveia e Guarda, e passado a meio da manhã de hoje para o concelho de Celorico da Beira.
Em declarações à agência Lusa, o autarca de Gouveia destacou que o fogo já destruiu "um património único e fantástico" que o seu concelho possuía.
"Infelizmente ardeu um dos paraísos que tínhamos, uma área única como era a zona do Folgosinho. Ardeu também a parte alta de Figueiró da Serra", referiu.
De acordo com Luís Tadeu, o incêndio já devastou vastas áreas utilizadas para pastoreio de ovelhas para produção de queijo Serra da Estrela.
"Estas pessoas com 60, 70 e 80 anos que perdem as suas coisas com o fogo, como vão fazer para alimentar os animais, vão recomeçar do zero? Não têm dinheiro para aguentar este impacto, já viviam com dificuldades", destacou.
O autarca defendeu que estas pessoas "devem ser muito bem ajudadas", pois são elas que lavram e cultivavam as suas propriedades que funcionam de travão às chamas.
"Espero que haja uma atenção muito redobrada por parte do Governo e que não se apresentem programas de ajudas, que depois por uma coisa ou outra excluem tanta gente e só meia dúzia é ajudada. Ou é para ajudar ou não é para ajudar", declarou.
Segundo o presidente da Câmara Municipal de Gouveia, "todo este território reclama um efetivo e consistente programa de apoio".
"Agora é que portugueses devem mostrar a sua verdadeira solidariedade para com esta zona do país, visitando e vindo cá de férias, mesmo não tendo a beleza que tínhamos, mas que havemos de voltar a ter", concluiu.