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Nigéria faz regressar a casa 12.000 pessoas que fugiram no noroeste do país

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Foto DR

A Nigéria está a fazer regressar a casa desde segunda-feira 12.000 pessoas que fugiram no noroeste do país devido a múltiplos ataques de grupos criminosos, disseram à agência AFP autoridades locais e uma pessoa deslocada.

A população, proveniente da pequena cidade de Shimfida no estado de Katsina, que foi atacada em fevereiro de 2022, tinha procurado refúgio em cidades vizinhas no noroeste da Nigéria e no vizinho Níger.

"Estamos a devolver mais de 12.000 pessoas à cidade de Shimfida após o regresso da paz relativa à área", disse o representante de Jibia, um distrito do estado de Katsina, à France-Presse (AFP), precisando que foram destacados soldados para a zona para proteção.

Desde segunda-feira, 8.000 pessoas que tinham vivido num campo improvisado no pátio de uma escola governamental na cidade de Jibia foram transportadas em autocarros e regressaram à aldeia.

E cerca de 5.000 pessoas que tinham fugido para a cidade de Maradi, no vizinho Níger, foram também repatriadas pelas autoridades do estado de Katsina.

Contactadas pela AFP, as autoridades locais do Níger confirmaram que as pessoas tinham começado a regressar à Nigéria, mas não conseguiram precisar um número exacto.

"As autoridades nigerianas tomaram conta da aldeia, e colocaram ali uma base militar. Eles começaram a trazer as pessoas de volta a casa aos poucos", disse Mahamane Laouali Ibrahim, autarca do distrito de Madarounfa, no sul do Níger, acrescentando que se tratava de "regressos voluntários" e que alguns nigerianos se tinham recusado a ser repatriados porque "pensam que a sua segurança não está garantida".

Apesar de um destacamento militar, a região ainda é flagelada pela violência de grupos criminosos, conhecidos localmente como "bandidos", que atacam aldeias, saqueiam, matam e raptam pessoas para obterem resgates.

Milhares de pessoas morreram nos últimos anos em resultado desta agitação.

Quase um milhão de pessoas foram deslocadas no noroeste e centro da Nigéria em resultado da violência, e outras 80.000 fugiram para o Níger nos últimos dois anos.

Contactado pela AFP, um homem deslocado que tinha acabado de regressar à pequena cidade disse que as casas que as pessoas tinham deixado para trás estavam vazias e parcialmente destruídas.

Os "bandidos" removeram os telhados, portas e janelas de todas as casas da aldeia, "deixando-as despidas", disse Ibrahim Mairodi.

"O governo do estado substituiu os telhados, mas as casas continuam sem portas e janelas", disse, acrescentando que as pessoas não têm dinheiro para as comprar.