Autoridades locais alertam para "catástrofe" em cidade ocupada de Sievierodonetsk
Uma autoridade regional ucraniana alertou sexta-feira para deterioração das condições de vida em Sievierodonetsk, cidade capturada pelos russos há duas semanas, dizendo que a cidade está sem água, energia ou sistema de esgotos a funcionar.
Sievierodonetsk ocupada "está à beira de uma catástrofe humanitária", escreveu nas redes sociais o governador de Lugansk, Serhiy Haidai.
"Os russos destruíram completamente toda a infraestrutura crítica e não conseguem consertar nada", anotou.
Na semana passada, Serhiy Haidai informou que cerca de 8.000 habitantes permaneceram na cidade, que tinha uma população antes da guerra de 100.000.
Alguns oficiais e militares ucranianos disseram que as forças russas destruíram Sievierodonetsk, o centro administrativo da província de Lugansk, antes de as tropas ucranianas terem sido expulsas da cidade no final de junho.
O governador lembrou que as forças russas estão a tentar garantir a conquista daquela região, no leste da Ucrânia.
Esta semana, Moscovo reivindicou o controlo total de Lugansk, mas o governador e outras autoridades locais disseram que as suas tropas retiveram uma pequena parte da província.
"Lugansk não foi totalmente ocupada, embora os russos tenham aplicado todo o seu arsenal para atingir esse objetivo. Batalhas duras estão a acontecer em várias aldeias na fronteira da região. Os russos contam com tanques e artilharia para avançar, deixando a terra arrasada", salientou.
As forças russas "atacam todos os prédios (...), não são impedidas pela existência de civis lá e morrem nas suas casa e pátios", acusou.
Lugansk é uma das duas províncias que compõem o Donbass, a região industrial de minas e fábricas da Ucrânia.
Separatistas pró-russos lutaram contra o Exército da Ucrânia no Donbass durante oito anos, tendo declarado como repúblicas impendentes Lugansk e Donetsk, que Presidente da Rússia, Vladimir Putin, reconheceu ante do início do conflito.
Depois de afirmar o controlo total de Lugansk, Putin disse que os militares russos teriam uma hipótese para descansar e recuperar, mas outras zonas do leste ucraniano continuam a ser bombardeadas.
O chefe de Estado russo alertou Kiev que deveria aceitar rapidamente os termos de Moscovo ou preparar-se para o pior.
O gabinete da Presidência da Ucrânia disse hoje que pelo menos 12 civis morreram e outros 30 ficaram feridos após bombardeamentos das forças russas nas últimas 24 horas.