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Prosseguem investigações sobre assassinato do ex-primeiro-ministro japonês

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A polícia japonesa vai continuar hoje a investigar os motivos que levaram na sexta-feira ao assassinato do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe, durante um comício em Nara, no oeste do país, informou a agência de notícias EFE.

Tetsuya Yamagami, um ex-militar desempregado e suspeito pelo ataque a Abe, disse às autoridades que terá planeado o atentado por ressentimento para com "uma organização específica", apontou na sexta-feira um oficial da polícia em declarações aos jornalistas.

"E confessou ter cometido o crime porque acreditava que o antigo primeiro-ministro Abe estava relacionado com ela", acrescentou.

Nas declarações às autoridades, o alegado agressor terá ainda mencionado problemas familiares pelo facto da sua mãe pertencer a essa mesma organização.

Em declarações confusas, Yamagami terá sublinhado, porém, que não guardava "qualquer rancor contra ele [Abe] por causa dos seus princípios políticos".

Shinzo Abe foi atingido mortalmente com dois tiros quando discursava num comício de rua do Partido Liberal Democrático (LDP, no poder), perto da estação ferroviária de Nara.

O político ainda foi transportado para o hospital, mas já em paragem cardiorrespiratória, tendo a morte sido confirmada cerca de cinco horas depois.

Yamagami, que terá utilizado uma arma artesanal, foi imobilizado pelos serviços de segurança de Abe e levado pela polícia, que posteriormente revistou a sua casa e encontrou outras armas semelhantes também fabricadas pelo suspeito.

Fontes da investigação, citadas pela agência de notícias EFE, indicaram que o atacante planeou o ataque com antecedência, optando por fazê-lo em Nara, depois de estudar os eventos eleitorais em diferentes cidades japonesas.

Yamagami encontrava-se desempregado desde maio, quando deixou de trabalhar numa empresa industrial em Kansai, no centro-sul do país. Entre 2002 e 2005 integrou o exército nipónico, de acordo com o Ministério da Defesa.

Abe foi primeiro-ministro em 2006-2007 e depois de 2012 a 2020, tendo sido o chefe de Governo mais jovem do pós-guerra, aos 52 anos, o primeiro nascido depois da Segunda Guerra Mundial e o que esteve mais tempo no cargo.