Alemanha critica a Rússia por não estar interessada no diálogo com o G20
A ministra dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Annalena Baerbock, criticou hoje a Rússia por não estar "interessada" no diálogo com o G20, após o abandono da delegação russa de uma reunião ministerial do grupo em Bali, na Indonésia.
Para a chefe da diplomacia alemã, a saída da reunião do ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, "sublinha ainda mais claramente que não está interessado na cooperação internacional" dentro do G20 (as 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia).
Lavrov já tinha deixado a sala de reuniões quando Baerbock criticou Moscovo pela guerra na Ucrânia.
Serguei Lavrov também abandonou uma sessão na qual o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, discursou por videoconferência, e esteve ausente quando o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, condenou a Rússia, de acordo com relatos de vários diplomatas, citados pelas agências internacionais.
Para Annalena Baerbock, essa atitude demonstra a ausência de qualquer desejo de cooperação por parte de Moscovo.
"O facto (...) de que o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia tenha passado grande parte das negociações não dentro da sala, mas fora da sala, prova que, na verdade, não há um milímetro de vontade de diálogo por parte do Governo russo", concluiu a chefe da diplomacia alemã.
Os Estados Unidos e os seus aliados ocidentais aumentaram a pressão sobre a Rússia para colocar um fim à guerra na Ucrânia, durante o encontro de ministros dos Negócios Estrangeiros do G20, em Bali.
Nesta reunião, Antony Blinken e o seu homólogo russo estiveram juntos, no mesmo espaço físico, pela primeira vez desde a invasão russa, iniciada em 24 de fevereiro.
A mensagem dos outros países que integram o G20 para a Rússia foi "muito clara", de acordo com Baerbock.
"As opiniões divergem sobre a avaliação da agressão russa, mas a maioria dos países indicou claramente que a Rússia tem a responsabilidade de cessar os bombardeamentos imediatamente", resumiu a ministra alemã.
A Alemanha, que preside ao G7 (as sete maiores economias mundiais) até o final do ano, também fez "um apelo urgente aos líderes russos para que finalmente libertem o porto de Odessa e para que as Nações Unidas estejam presentes nas negociações sobre a exportação de cereais", de acordo com um comunicado do Governo alemão.