Governo da Madeira insiste na ''urgência' da resolução dos lesados do BES e Banif
O secretário da Economia da Madeira defendeu hoje ser "urgente" o Governo da República concretizar a resolução dos lesados do BES e do Banif, reparando os danos na reputação e nas relações de confiança dos emigrantes com Portugal.
"O Estado Português deve reparar o dano reputacional que tem junto dos lesados de um e de outro banco [BES e do Banif], em especial dos diversos membros das comunidades espalhadas pelo mundo, com destaque para os que estão radicados na Venezuela", afirmou Rui Barreto num comunicado enviado à agência Lusa.
O governante madeirense falava depois de uma visita de sete dias (começou em 28 de junho) à Venezuela, na qual liderou uma missão organizada pelo Instituto de Desenvolvimento Empresarial (IDE), financiada com apoios comunitários (FEDER -- Fundo Europeu do Desenvolvimento Regional).
No comunicado, o secretário regional fez à Lusa um balanço "positivo e com frutos muito proveitosos" dessa visita.
"Durante esta visita verificou-se que há uma expectativa, por parte de muitos emigrantes, que seja concretizada e finalizada a resolução dos lesados do Banco Espírito Santo e do BANIF", realçou.
Rui Barreto destacou o "conjunto de promessas que foram feitas sobre este assunto, não apenas do secretário de Estado das Comunidades, Paulo Cafôfo, mas também do primeiro-ministro, que é preciso agora concretizar".
Para o secretário do executivo madeirense (PSD/CDS), este "é um assunto de extrema urgência e importância para restabelecer as relações de confiança entre a comunidade e as instituições do seu país".
O responsável insular sustenta que "mais do que o cumprimento dessas promessas assumidas por vários representantes do Governo da República, a concretização desses compromissos assumidos com a comunidade seria uma forma de restabelecer e consolidar as relações de confiança com Portugal".
Barreto realça que "a necessidade, manifestada nos vários contactos na Venezuela, de se manter uma representação efetiva da banca nacional naquele país".
Mas, sustenta que deve ser "uma banca que preste, de facto, um serviço à altura, para que a comunidade não tenha de recorrer a instituições de crédito de outras nacionalidades", mencionando que se registaram "várias dificuldades e bloqueios na resolução de assuntos que, à partida, são rapidamente superados em balcões de outros concorrentes, de outros países".
O governante madeirense diz também ter constatado existir "um sentimento generalizado de esperança na retoma da economia da Venezuela, para a qual os empresários madeirenses afirmaram estar dispostos também a colaborar para que ela se concretize com benefício para todos".
Segundo o secretário regional, a comunidade madeirense radicada na Venezuela "reconhece o esforço que tem sido feito pelo Governo Regional da Madeira em acolher os conterrâneos madeirenses que regressaram à região, bem como todo o apoio que tem sido dado na integração dessas famílias".
Sobre as visita efetuadas, aponta ter sido "uma excelente oportunidade para contactar com inúmeros empresários madeirenses e lusodescendentes nas mais diversas áreas, desde explorações agrícolas inovadoras à indústria, passando pela restauração e hotelaria, panificação, entre muitas outras".